Segundo a empresa de biotecnologia, "é esperado que o regime de duas doses" da vacina "proteja contra as estirpes emergentes detetadas até à data".
O comunicado refere que, em relação à variante britânica, não foi verificado "nenhum impacto significativo nos títulos (níveis de anticorpos) neutralizadores".
Quanto à variante sul-africana, "foi observada uma redução de seis vezes nos títulos neutralizadores", mas tais níveis "permanecem acima" dos que "se espera que configurem uma proteção".
A Moderna adianta, porém, que, "por precaução", está a desenvolver uma "variante de reforço" da sua vacina contra a estirpe sul-africana e que irá testar "uma dose adicional de reforço" da vacina para avaliar "a capacidade de aumentar ainda mais os títulos neutralizadores contra estirpes emergentes".
Os resultados hoje divulgados, que carecem ainda de revisão pelos pares para efeitos de publicação científica, foram obtidos a partir de um estudo ‘in vitro’ que analisou, a partir de soro sanguíneo humano e de macacos, a capacidade da vacina de induzir a formação de anticorpos neutralizadores potentes contra as duas variantes.
Tanto as pessoas, oito ao todo, com idades entre os 18 e os 55 anos, como os macacos foram inoculados com duas doses (as recomendadas) da vacina da Moderna contra a Covid-19.
O trabalho foi feito pela empresa de biotecnologia em colaboração com o Centro de Investigação de Vacinas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, nos Estados Unidos.
"Estamos entusiasmados com estes novos dados, que reforçam a nossa confiança de que a vacina da Moderna contra a Covid-19 deve trazer proteção contra estas novas variantes detetadas", disse, citado no comunicado, o patrão da Moderna, Stéphane Bancel.
A vacina contra a Covid-19 da Moderna foi aprovada, para uso condicionado, na União Europeia no início de janeiro. Portugal recebeu as primeiras 8.400 doses desta vacina em meados do mesmo mês.