Rui Pena Pires, coordenador científico do Observatório da Emigração (OE), um centro de investigação do ISCTE -Instituto Universitário de Lisboa, falava na conferência ‘online’ “A Emigração Portuguesa no Século XXI”, organizado pelo OE.
Na sua intervenção, referiu que os regressos dos imigrantes a Portugal representam, em média, metade ou mais das entradas de estrangeiros.
Segundo Rui Pena Pires, esta situação também acontece em países de Leste, com saldos migratórios igualmente negativos, como Portugal, de onde saem mais cidadãos (emigrantes) do que aqueles que entram (imigrantes).
De acordo com o último Relatório da Emigração, em 2019 terão saído de Portugal cerca de 80.000 portugueses, número semelhante ao ano anterior e ligeiramente inferior aos 85.000 que saíram em 2017.
Nesse ano, o Reino Unido foi o país para onde emigraram mais portugueses: cerca de 25.000. Seguiram-se a Espanha e a Suíça.
Rui Pena Pires referiu que se assiste atualmente a uma emigração portuguesa a várias velocidades, com um decréscimo mais acentuado nos países de destino tradicionais, como os Estados Unidos da América, Canadá, Brasil ou Venezuela.
Nestes países, indicou, assiste-se a um envelhecimento da população emigrante nascida em Portugal.
Em França, Alemanha ou Luxemburgo, também se regista um envelhecimento da emigração portuguesa, acompanhado de uma desaceleração das entradas de nascidos em Portugal, ao contrário do Reino Unido e da Noruega, dois destinos cada vez mais procurados por portugueses, nomeadamente os mais qualificados.
C/Lusa