Quando há cerca de um ano o novo coronavírus começava a trilhar o seu caminho pela Europa, as universidades e politécnicos despediam-se dos 8.044 estudantes internacionais que tinham escolhido Portugal para fazer Erasmus, sem antever os números que viriam a registar no ano seguinte.
Durante o primeiro semestre deste ano letivo, Portugal recebeu pouco mais de mil alunos em mobilidade para fins de aprendizagem, de acordo com os dados provisórios registados pelas instituições e enviados à Lusa pela Agência Nacional Erasmus+.
No total, foram menos 6.956 estudantes, o equivalente a uma quebra de 86% que a agência diz ter sido motivada pela pandemia da covid-19.
Para o segundo semestre, a situação parece não melhorar muito, com 1.078 alunos estrangeiros inscritos para fazer Erasmus em Portugal, menos 2.742 (72%) em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Mas não foram apenas os universitários de outros países que preferiram adiar ou abdicar da experiência de estudar no estrangeiro. A pandemia também parece ter desmotivado os portugueses.
Apesar de haver uma quebra menos acentuada, o número de alunos portugueses em universidades estrangeiras caiu dos 5.098 no primeiro semestre do ano letivo passado para os 1.649 este ano, ou seja, menos 68%.
No segundo semestre serão ainda menos, estando inscritos apenas 551 alunos, segundo os mesmos dados, em comparação com 2.048 do ano anterior.
Além do programa de mobilidade individual para fins de aprendizagem, o Erasmus+ tem também um programa de estágios para estudantes, que sofreu os mesmos efeitos da pandemia da covid-19, tanto nas entradas, como nas saídas.
No total dos dois semestres, Portugal recebeu menos 1.648 estagiários este ano, em relação a 2019/20, mas também exportou menos 1.634 estudantes.
Apesar da pandemia, o programa Erasmus+ não foi suspenso, mas em alguns países foi limitado pelas restrições impostas pelas autoridades nacionais no âmbito do combate à covid-19.
Em Portugal, por exemplo, as deslocações de cidadãos portugueses para fora do território continental voltaram a ser proibidas no final de janeiro, não estando prevista qualquer exceção para deslocações em Erasmus.