“Nenhuma das situações de alojamento [temporário] significou destruição das habitações”, disse o vereador da Proteção Civil, Bruno Pereira, após a reunião semanal do executivo camarário (PSD/CDS-PP), na qual foi atualizado o balanço dos prejuízos provocados pela depressão Óscar, que colocou a costa sul e as regiões montanhosas da ilha da Madeira em aviso vermelho durante 24 horas.
O caso mais grave envolve seis famílias, num total de 18 pessoas, que estão alojadas no Regimento de Guarnição n.º 3, devido ao deslizamento de uma plataforma de terreno nas zonas altas da freguesia de Santo António.
“Essa plataforma cedeu e está perigosamente perto das casas”, disse Bruno Pereira, reforçando que não se pode “permitir de maneira nenhuma que, até à contenção da plataforma, possam lá estar essas famílias, por uma questão de prevenção”.
As restantes famílias, num total de 13 pessoas, viviam em habitações já degradadas e, por questões de segurança, foram temporariamente instaladas em várias unidades de alojamento na cidade do Funchal.
“Caso a caso será feita uma reavaliação, podendo, hipoteticamente, algumas dessas famílias voltar as suas habitações e outras não”, disse o vereador da Proteção Civil, salientando que a autarquia assegura o acompanhamento social das pessoas afetadas pelo mau tempo, em articulação com o Instituto de Segurança Social e a empresa pública IHM – Investimentos Habitacionais da Madeira.
O autarca indicou ainda que cerca de 200 funcionários municipais continuam “no terreno” em trabalhos de limpeza, sendo que os complexos balneares estão encerrados hoje, bem como a ‘promenade’ entre a praia Formosa e a ribeira dos Socorridos, no extremo oeste do concelho, devido ao aviso de agitação marítima e vento forte na orla costeira emitido pela Capitania do Porto do Funchal.
“Também o Parque Ecológico do Funchal [nas serras sobranceiras à cidade] continua hoje fechado, atendendo a que a maior precipitação aconteceu em altitude, no Pico do Areeiro, no Chão do Areeiro, no Pico Alto, que são sítios onde tivemos mais de 600 mm [de precipitação] em 24 horas, o que é um recorde”, acrescentou.
Bruno Pereira destacou, por outro lado, a articulação entre as entidades públicas face ao temporal e elogiou o comportamento dos funchalenses, que acataram as recomendações de segurança.
“O Funchal foi ordeiro, as pessoas acataram, de uma forma generalizada, as decisões que a câmara tomou e isso permitiu que não houvesse uma exposição ao risco”, declarou.
Lusa