“A circulação de água quente está a atacar a parte de baixo dessas plataformas de gelo nos seus locais mais vulneráveis”, diz Karen Alley, professora de Ciências da Terra no “The College of Wooster”, um instituto de investigação norte-americano.
A investigação é publicada hoje no boletim científico Science Advances e descreve um novo processo de degelo e a contribuição que tal processo pode ter para o futuro da Antártida e para a subida global do nível do mar.
Os investigadores que participaram no estudo dizem que ainda não há dados suficientes para quantificar os efeitos das correntes de água quente que se infiltram e que sobem pelas camadas de gelo, mas Allen frisa que é preciso conhecer esses efeitos.
As plataformas de gelo flutuam no oceano junto das camadas de gelo terrestre, com cerca de três quartos do continente antártico cercados por esse gelo.
Quando essas grandes massas de gelo ficam retidas, por exemplo por irregularidades do fundo do mar, também diminuem o fluxo de gelo do interior do continente para o oceano.
Mas, ao contrário, se a plataforma se contrai ou se desmorona o gelo de terra também flui muito mais depressa para o mar, aumentado as taxas de subida do nível do mar.
Os cientistas explicam que o gelo fica mais vulnerável no ponto de ligação entre o mar e a terra, e à medida que o gelo dos glaciares flui em direção ao mar fica também sujeito à erosão por baixo. A água quente infiltra-se e forma “rios” com muitos quilómetros e chega mesmo à superfície, formando grandes áreas de mar aberto.
Alley disse que o processo acontece na Antártida e na Gronelândia, ainda que o trabalho agora divulgado se tenha concentrado na Antártida.
C/Lusa