“Chegou um navio da Marinha Francesa que estava numa rota normal e, após o anúncio da situação de calamidade e das chuvas em São Vicente, desviou para prestar auxílio em São Vicente. Tem mergulhadores, técnicos, mecânicos e engenheiros. Também conta com um helicóptero, que já realizou o primeiro voo para ter uma noção geral da ilha”, afirmou Vitória Veríssimo, numa conferência de imprensa.
Segundo a responsável, os técnicos chegaram este domingo e já reuniram com a equipa local, a Guarda Costeira e o Serviço Nacional da Proteção Civil para definir como poderão contribuir.
Além disso, avançou que chegou também um avião de Amesterdão e um barco dos Estados Unidos com medicamentos e equipamentos médicos de apoio.
As equipas de emergência continuam a trabalhar para avaliar os danos causados pelas chuvas intensas, enquanto a população afetada aguarda realojamento e o restabelecimento dos serviços básicos.
O levantamento da baía, a recolha de lixo e a distribuição de água decorrem com o apoio de quatro mergulhadores norte-americanos que se juntaram às autoridades cabo-verdianas desde sábado, incluindo nas buscas por duas pessoas desaparecidas e na recuperação de bens arrastados para o mar.
“Continuam a fazer o levantamento e o mapeamento de toda a baía, com equipamentos hidrográficos que permitiram localizar determinados objetos no fundo, nomeadamente uma grade que contém botijas de gás. A finalização já foi feita e a recolha será realizada em breve. As equipas de avaliação mantêm-se no terreno”, explicou.
A captação e tratamento de água já foi retomada e a distribuição tem sido feita em várias zonas, estando a situação “mais ou menos normalizada”.
A limpeza pública prossegue, com caminhões a recolher lixo doméstico e desentulhos nas vias.
“O realojamento permanente das famílias afetadas é um trabalho em curso. As escolas vão iniciar o ano letivo no dia 15, como já previsto, e estamos a trabalhar com as entidades para garantir alojamento seguro às pessoas afetadas”, acrescentou Vitória Veríssimo.
A tempestade de 11 de agosto provocou, além das nove mortes e dois desaparecidos, bairros inundados, estragos em estradas, casas, pontes e estabelecimentos comerciais, falhas no fornecimento de energia e arrastamento de veículos e outros bens para o mar.
O Governo declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos concelhos de São Nicolau, com um plano de resposta que inclui apoios de emergência a famílias e empresas, linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiados pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
Paralelamente, um navio da Marinha portuguesa também atracou em São Vicente com 56 militares, apoiando na remoção de escombros, fornecendo água ao hospital da ilha através de uma dessalinizadora a bordo.