Na cerimónia do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, Tolentino Mendonça, escolhido para presidir a estas comemorações, defendeu que é preciso "reforçar o pacto comunitário" e "relançar a aliança intergeracional", declarando que "a vida é um valor sem variações" e rejeitando a ideia de "arrumar a sociedade em faixas etárias".
Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou em seguida, começou por agradecer ao cardeal e poeta madeirense por ter aceitado participar "neste instante tão diverso" do que estava pensado para este 10 de Junho, referindo que a cerimónia de hoje estava prevista para o Funchal, na Região Autónoma da Madeira.
"E bem precisávamos de um homem do humanismo e, portanto, da cultura, de um pensador, de um escritor, de um poeta para nos falar da importância dos outros e da sua redescoberta, a começar na famílias, nas vizinhanças, nas amizades, da atenção aos mais pobres, vulneráveis e dependentes, do pacto entre gerações, tentando ultrapassar o abismo já cavado entre os mais e os menos jovens", considerou.
O Presidente da República enalteceu também outras mensagens do discurso de Tolentino Mendonça: "Do respeito efeito pela natureza, da humildade na aceitação dos nossos limites, da primazia na afirmação da vida e da saúde, e nos recordar que o humano é universal e que todas as vidas contam, todas as vidas importam".
"O 10 de Junho de 2020 fica a dever-lhe o lembrar-nos o que mudou ou está a mudar na nossa vida nestes tempos ingratos e decisivos", acrescentou, antes de passar à fase seguinte do seu discurso, sobre a mudança que no seu entender se impõe perante a nova realidade resultante da pandemia de Covid-19.
C/Lusa