José Tolentino Mendonça, escolhido pelo papa para ser arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, foi ontem ordenado arcebispo, numa cerimónia presidida pelo cardeal-patriarca, Manuel Clemente, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
“Foi uma celebração muito especial, por várias razões. Como disse o novo bispo, é muito muito importante nas relações entre Portugal e a Santa Sé”, afirmou o chefe de Estado, no final da cerimónia, aos jornalistas, evocando palavras do novo bispo, que recordara a “relação multissecular e de amizade” entre Lisboa e o Vaticano.
Esta ordenação significa a “presença, junto do papa, mas mesmo junto do papa, numa responsabilidade fundamental, numa categoria de bispos em que é muito raro haver portugueses, de uma personalidade que é excecional, não é só um português, mas é um português excecional”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa.
“O papa Francisco quis ter esta personalidade junto dele. Não é difícil augurar-lhe um futuro muito significativo na própria Cúria Romana”, sublinhou.
Além disso, apontou o chefe de Estado, Tolentino Mendonça, também escritor e poeta, “é uma das grandes figuras da cultura portuguesa, e todos admitem isso, católicos, não católicos”.
“É daquelas realidades admiradas por todos, como poeta, como escritor, como figura que permanentemente exerceu a sua missão na educação, na universidade e fora dela”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa comentou ainda que o bispo ordenado é “um grande amigo de há muitas décadas”.
Questionado se se perderá um pensador, o Presidente da República recusou essa ideia.
“Não. Continua a ser um grande pensador, um grande intelectual e um homem junto das pessoas”, afirmou.
O arcebispo assumirá as novas funções no Vaticano em 1 de setembro.
LUSA