Um homem de 25 anos morreu ontem durante um protesto contra o Presidente Nicolás Maduro, em Táriba, no Estado venezuelano de Táchira (820 quilómetros a sudoeste de Caracas), elevando para 91 o número de óbitos desde abril.
Segundo Ricardo Hernández, alcaide de Cárdenas, Engelberth Moncada morreu quando oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) reprimiam uma manifestação opositora e terá sido atingido por uma granada de gás lacrimogéneo.
A nova morte ocorre no dia em que a oposição convocou mais um bloqueio de estradas em protesto contra as políticas do Presidente Nicolás Maduro, nomeadamente a convocatória de uma Assembleia Constituinte, com o intuito de mudar a Constituição.
Em Caracas, a população bloqueou importantes ruas para impedir a circulação de viaturas durante pelo menos seis horas, havendo registos de tentativas de repressão das forças de seguranças em vários pontos da cidade e também de ataques a manifestantes por parte de ‘coletivos’ (motociclistas armados afetos ao regime).
Em El Paraíso e Montalbán (ambas zonas a oeste) os ‘coletivos’ dispararam contra manifestantes, roubando-lhes de seguida os haveres.
Por outro lado, os coletivos atacaram um grupo de manifestantes em San Bernardino (centro), causando importantes danos materiais nas instalações do Hospital de Clínicas Caracas. Os atacantes dispararam tiros para dentro do hospital, destruindo as portas de vidro da entrada.
A imprensa local dá conta de que foi lançado um explosivo para dentro do hospital que terá criado uma onda de fumo.
Na auto-estrada Francisco Fajardo funcionários da GNB atiraram pedras e bombas de gás lacrimogéneo contra jornalistas que faziam a cobertura dos protestos.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 1 de abril último, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas decisões que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele órgão de soberania assumia as funções do parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.
LUSA