“O autoagendamento é uma coisa essencial porque já permitiu agendar mais de um milhão de pessoas e um milhão de pessoas agendadas manualmente é um esforço gigantesco”, disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo a jornalistas, à margem de uma visita ao centro de vacinação de Monte Abraão, no concelho de Sintra, onde nos últimos dias se verificaram longas filas de espera para vacinação.
Gouveia e Melo adiantou que, apesar de o autoagendamento sofrer “muitas vezes” de problemas informáticos que vão sendo resolvidos, a plataforma permitiu “retirar o agendamento manual que foi necessário no início porque eram pessoas muito idosas e infoexcluídas”.
Ao substituir-se esse método por “um agendamento mais automático e mais rápido”, está a libertar-se recursos humanos que são necessários para o processo de vacinação, declarou.
Questionado sobre o número de vacinas já administradas em Portugal, o coordenador da ‘task force’ disse que já foram atingidos os seis milhões, dos quais dois milhões já são segundas doses, sublinhando que não estão a acumular-se vacinas por utilizar.
No domingo havia uma reserva de cerca de 600 mil vacinas, o que significa que “é o início do ciclo”, uma vez que são gastas 700 mil vacinas por semana.
“As doses chegam a território nacional, numa semana são inoculadas, deixando uma pequena reserva para segundas doses”, explicou gouveia e Melo.
“O que está agora a acontecer é que se está a aumentar a acumulação da vacina da AstraZeneca, porque temos de as guardar por um período três meses, porque não temos certeza das suas entregas no terceiro e quarto trimestre deste ano”, adiantou.
Segundo Gouveia e Melo, foram vacinadas com a primeira dose desta vacina 1,1 milhões de pessoas, sendo que cerca de 100 mil foram segundas doses, o que quer dizer que é preciso acumular um milhão de vacinas.
Questionado sobre o facto de a vacina da Janssen poder ser administrada a homens a partir dos 18 anos, Gouveia e Melo explicou que havia “um conjunto muito elevado” desta vacina, cerca de dois milhões, que poderia ser desperdiçado no plano de vacinação.
Como tal, disse, “houve uma insistência da parte da ‘task force’ para ser reavaliada a situação para se limitar a segurança do processo ao mínimo indispensável”.
Desde que se iniciou o plano de vacinação, em 27 de dezembro de 2020, Portugal já recebeu 7.263.540 vacinas, tendo sido distribuídas pelos postos de vacinação do país e pelas duas regiões autónomas 6.299.315 doses, segundo o último relatório semanal da vacinação da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 já matou em Portugal 17.037 pessoas dos 853.632 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.