Os dados da plataforma (RV4 na sigla em inglês) dão conta que há venezuelanos emigrados em 17 países, inclusive Portugal, onde em julho de 2020, residiam 27.700 cidadãos originários da Venezuela.
“Venezuelanos refugiados e migrantes no mundo: 6.04 milhões. Venezuelanos refugiados e migrantes na América Latina e Caraíbas: 4.99 milhões”, destaca-se no mapa divulgado pela RV4, precisando que os dados foram atualizados pela última vez em 24 de novembro de 2021.
Segundo o RV4, registou-se um aumento de 371.016 no número de venezuelanos emigrados em relação à atualização de setembro. No entanto “isto não significa que 371.016 pessoas tenham deixado a Venezuela nos últimos dois meses”, ressalvaram.
“Vários governos atualizaram os seus números no contexto do Plano Regional de resposta para Refugiados e Migrantes da Venezuela – 2022 (RMRP 2022). A partir de outubro de 2021, as autoridades do Peru, México e Equador reviram as metodologias que têm em conta os venezuelanos em situação irregular”, afirma-se no relatório.
No documento explica-se que “os esforços para incluir venezuelanos em situações irregulares de forma mais precisa” são vistos “como um passo positivo” para “um planeamento mais preciso dos parceiros humanitários, e mais transparente e inclusivo da situação”.
Segundo o R4V “desde março de 2020, os países da América Latina e das Caraíbas adotaram medidas para travar a pandemia da covid-19, que incluíram o encerramento de fronteiras e restrições à mobilização, o que limitou significativamente o fluxo regular de refugiados e migrantes”.
“Como resultado, em 2021, assistimos a um aumento considerável dos fluxos irregulares que exigem que os governos e os atores da R4V adaptem as suas respostas às necessidades de proteção humanitária e integração, inclusive através de ferramentas adicionais que incluam refugiados e migrantes em situação irregular nos dados populacionais atualizados, para fins estatísticos, e para alargar a tão necessária assistência”, salienta-se.
A R4V alertou que “no último ano, os refugiados e migrantes da Venezuela tornaram-se ainda mais vulneráveis, sobretudo devido à perda do já limitado apoio social e económico para cobrir as necessidades básicas, especialmente em áreas vitais como o alojamento, alimentação, proteção e atenção sanitária”.
“O grave impacto da situação tem feito que alguns ponderem regressar ao seu país de origem, inclusive através de iniciativas apoiadas pelo Governo da Venezuela”, sublinhou.
Por outro lado, para os que de deslocam por áreas densamente povoadas, as medidas de distanciamento físico tornaram-se impossíveis de aplicar, o que tem provocado um estigma adicional nas comunidades que os acolhem, incluindo perceções negativas associadas ao medo à propagação do coronavírus.
Segundo a RV4, a Colômbia com 1,84 milhões de cidadãos originários da Venezuela, é o país com mais migrantes e refugiados venezuelanos, seguindo-se o Peru (1,29 milhões), Equador (508.900), Chile (448.100), Brasil (261.400), Argentina (173.200), Panamá (121.600), República Dominicana (115.300), México (83.000), Costa Rica (29.900), Trindade e Tobago (28.500), Guiana (24.500), Aruba (17.000), Uruguai (15.700), Curaçau (14.200) Bolívia (11.700) e Paraguai (5.640).
Outros países do mundo acolhem 1,05 milhões migrantes venezuelanos.
A Venezuela tinha, em finais de 2020, uma população de 28.515.829 pessoas.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.
Em setembro a Organização de Estados Americanos alertou que a emigração de venezuelanos poderá atingir os sete milhões até ao primeiro trimestre de 2022, superando os 6,7 milhões do êxodo verificado na Síria.