“Números avançados pela Proteção Civil indicam que já arderam 70 quilómetros quadrados do concelho. O concelho tem 116 quilómetros quadrados, já ardeu mais de metade”, disse Carlos Teles, frisando que esta é uma situação que “está sempre a evoluir”.
Em declarações à agência Lusa, perto das 22:00, o autarca especificou que o fogo que deflagrou na quarta-feira, pelas 18:00, afetou sobretudo as freguesias da Ponta do Pargo, da Fajã da Ovelha e dos Prazeres, “além de toda a zona florestal”.
Segundo Carlos Teles, a área urbana mais afetada situa-se na freguesia da Ponta do Pargo.
Quanto a danos, há a registar até agora uma casa ardida e uma mulher desalojada, residente naquela habitação e que vai ficar esta noite em casa de uma vizinha, indicou.
“Amanhã [sexta-feira], os técnicos da Câmara, juntamente com a Segurança Social, vão trabalhar para arranjar uma solução para esta senhora”, assegurou.
Num ponto de situação feito às 20:00, no Funchal, o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, disse que uma casa devoluta e outra não habitada tinham sido destruídas pelas chamas na Calheta.
À agência Lusa, o presidente do município disse ainda que “não há feridos”, mas há a registar a morte de alguns animais domésticos.
Durante a tarde, o fogo já tinha obrigado ao encerramento de uma escola e do centro de saúde da freguesia da Fajã da Ovelha.
Relativamente aos meios no local, o presidente da Câmara da Calheta especificou que estão mobilizados sete corporações de bombeiros no terreno, num total de 75 operacionais, apoiados por 21 meios terrestres.
O único helicóptero de combate a incêndios disponível na Madeira esteve a ajudar durante o dia, mas já não está a trabalhar por falta de visibilidade, retomando os trabalhos na sexta-feira de manhã.
Afirmando que a freguesia da Ponta do Pargo é naturalmente “muito ventosa”, o autarca prevê que seja uma noite de muito trabalho no terreno e referiu que os operacionais “estão exaustos”.
Nos Censos de 2021, o concelho da Calheta registava 10.915 habitantes e uma densidade populacional de 98 residentes por quilómetro quadrado.
O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18:00, na freguesia dos Prazeres, na zona oeste da ilha da Madeira, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã da Ovelha e, posteriormente, às freguesias da Ponta do Pargo e das Achadas da Cruz, esta já no concelho do Porto Moniz, onde ao início da noite lavrava com mais intensidade.
Um outro fogo deflagrou hoje no município de Câmara de Lobos e continua a mobilizar meios esta noite.
Para ajudar no combate a estes incêndios, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou à tarde que vão ser enviados meios para a Madeira.
No balanço das 20:00, o secretário regional Pedro Ramos anunciou que uma equipa de 55 elementos da força especial de bombeiros enviada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil vai chegar à região na sexta-feira de manhã.
De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, desde o dia 04 de outubro foram registados vários focos de incêndios nos concelhos da Ribeira Brava, Ponta do Sol, Câmara de Lobos e Calheta, todos localizados na zona oeste da ilha.
O arquipélago da Madeira encontra-se em aviso meteorológico laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, que diariamente ultrapassa os 30 graus. A situação vai prolongar-se até às 18:00 de sábado.
Lusa