Pelo menos 91% da Venezuela está sem Internet, na sequência do apagão que desde a última segunda-feira mantém pelo menos 18 Estados do país total ou parcialmente às escuras, segundo o observatório de Internet Netblocks.org
"Urgente: Identificou-se uma nova interrupção na Venezuela, 50 horas após o início do (último) apagão nacional. 91% do país está agora ‘offline’, revertendo-se a recuperação parcial. O incidente está em curso", explica a Netblocks na sua conta na rede social Twitter.
Já na terça-feira a Netblocks tinha advertido que a "conectividade à Internet" era de "menos de 10%" em pelo menos 18 das 24 regiões da Venezuela, situação que descreveu como de "classificação severa".
Segundo a Netblocks há problemas "severos" de acesso à Internet, nos Estados de Mérida, Táchira, Trujillo, Barinas, Miranda, Dependências Federais, Apure, Zúlia, Arágua, Lara, Portuguesa, Distrito Capital (Caracas), Guárico, Yaracuy, Cojedes, Amazonas, Falcón e Carabobo.
No entanto há ainda a registar os Estados de Vargas e Nova Esparta, onde a falha de Internet é de "alto impacto". Em Sucre e Anzoátegui, as falhas têm um efeito "médio", acrescenta a Netblocks.
No passado dia 7 de março uma falha na barragem de El Guri (a principal do país) deixou a Venezuela às escuras durante uma semana.
No entanto um novo apagão, que começou pelas 11:00 locais (15:00 em Lisboa) de segunda-feira em várias zonas do sudoeste da Caracas, estendeu-se a outras zonas, sendo que duas horas mais tarde a cidade ficou toda às escuras, constatou a agência Lusa.
Em comunicado, o Governo venezuelano explicou que na segunda-feira o Sistema Elétrico Venezuelano (SEV) foi alvo de dois ataques terroristas, um deles um incêndio na barragem de El Guri, a principal do país.
Fontes não oficiais dão conta de que em alguns Estados o serviço elétrico foi restituído em quase 30%.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes e prolongadas as falhas de fornecimento de eletricidade, chegando a afetar a totalidade do território.
O Governo atribui as falhas a atos de sabotagem de opositores apoiados pelo Estados Unidos, enquanto que a oposição acusa o regime de não fazer os investimentos necessários no setor e tem denunciado, desde há vários anos, falhas na manutenção e ausência de peças de reparação.
Desde 2005 que engenheiros elétricos alertam que o país poderia registar um apagão geral devido às condições precárias do sistema.
Em maio de 2013, após um após que afetou vários Estados do país, o então ministro de Energia Elétrica da Venezuela, Jesse Chacón, anunciou que o Presidente Nicolás Maduro ordenou o desdobramento de militares nas centrais elétricas e de transmissão no país.
Entretanto, segundo a imprensa local, devido à crise política, económica e social, centenas de empregados da Corporação Elétrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) abandonaram o país à procura de melhores condições no estrangeiro.
LUSA