Mais de 400 mil consumidores recorreram à DECO em 2017, ano em que as telecomunicações voltaram a ser o setor mais reclamado, com 42.339 queixas, a maioria devido à oferta de serviços não solicitados e aumento ilegal de preços.
“A oferta de serviços não solicitados, e pagos pelo consumidor, além de ser uma prática comercial desleal, representa mais um exemplo da postura das operadoras”, afirma a associação para defesa dos direitos dos consumidores DECO, em comunicado divulgado.
No total, foram 405 mil os consumidores que recorreram no ano passado à DECO, procurando informação e apoio para a resolução de seus conflitos e, segundo a associação, 80% desses consumidores conseguiram resolver o conflito.
Este número representa um decréscimo face aos 460 mil consumidores que recorrerem à associação em 2016, uma descida que a associação desvaloriza e justifica com o facto de muitos motivos de queixa já terem sido resolvidos.
O segundo setor mais reclamado no ano passado foi o da compra e venda, com 26.194 queixas à DECO, entre as quais se destacam as reclamações relacionadas com a falta de entrega ou atraso dos produtos, a recusa de cancelamento da compra dentro do período de reflexão e a ausência de reembolso nas vendas pela internet.
Em terceiro lugar surge o setor da energia e água, que no ano passado tinha sido o segundo mais reclamado, devido às dificuldades de faturação, falta de envio da mesma, cobrança de consumos prescritos ou dupla faturação.
Em 2017, a energia e água foram motivo de 21.670 queixas, sendo novamente a falta de envio de faturação, dupla faturação, cobrança de consumos prescritos e os problemas decorrentes da mudança de comercializador e das vendas porta a porta as práticas com maior motivo de reclamação.
A DECO destaca ainda as queixas sobre os serviços financeiros, que ocuparam o quarto lugar no ‘ranking’, com 20.756 queixas, a maioria relacionadas com crédito e seguros associados ao crédito, além de comissões bancárias mais elevadas.
A DECO destaca ainda, no comunicado, as queixas relativas aos transportes públicos coletivos, que duplicaram.
“Quase três mil portugueses denunciaram, inclusivamente na nossa plataforma queixasdostransportes.pt, os atrasos, cancelamentos, supressão e alteração de percursos e horários dos transportes em todo o País”, afirma a associação.
No transporte aéreo, a DECO destaca o cancelamento de voos da Ryanair em setembro.
LUSA