O rastreio é promovido pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), com o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direção Geral de Saúde, decorre em serviços de dermatologia no continente, Açores e Madeira e no ano passado avaliou cerca de 1.700 pessoas.
A incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o mundo, estimando-se que em Portugal, este ano, serão diagnosticados mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de 1.000 serão novos casos de melanoma.
De acordo com a APCC, no rastreio do ano passado as suspeitas ascenderam a mais de 80 casos de carcinoma basocelular e 14 de melanomas, além de outras lesões de risco de cancro de pele.
Na população estudada, 40% das pessoas evidenciavam a presença de lentigos solares no tronco, reconhecidos como sequela frequente de queimaduras solares.
Foi feito o diagnóstico clínico de nevos atípicos – sinais irregulares na cor, bordo, de diâmetro maior que 5 mm e que apresentam mais risco de evoluírem ou se associarem a melanoma – em 288 pessoas. Destas, 126 tinham queratoses actínicas, um precursor potencial de carcinoma espinocelular.
Da amostra analisada, 21% relatavam antecedentes de queimadura solar antes dos 10 anos e mais de metade (52%) entre os 10 e 18 anos. Apenas 22% referiam colocar sempre protetor solar quando expostos ao sol, fora da praia.
A maior parte das pessoas (85%) disseram colocar, quando expostas ao sol, na praia, creme com fator de proteção solar superior a 30.
Uma em cada três pessoas disseram ter atividade profissional ao ar livre e 60% referiam a prática regular ou ocasional de desporto ao ar livre.
A APCC considera que estes números mostram "a importância do autoexame, dos rastreios periódicos e a necessidade de reforçar os cuidados a ter com o sol, sobretudo naqueles com exposição ocupacional ao sol e também naqueles praticantes de desporto ao ar livre".
Este ano, na apresentação da campanha, a associação apelou para a criação, em cada Unidade de Saúde Familiar, de equipas especializadas e preparadas para despistar através da teledermatologia suspeitas de cancro de pele.
Segundo a APCC, o equipamento necessário para estes médicos e enfermeiros pagar-se-ia ao evitar três cirurgias desnecessárias que hoje se fazem.
Desde há 17 anos que Portugal participa na Campanha Europeia do Dia do Euromelanoma/Dia dos Cancros de Pele, que se assinala em mais de 30 países.
A APCC organiza desde 2003 cursos de formação para prevenção e diagnóstico precoce de cancros da pele dirigidos a profissionais de Educação e Saúde, com uma participação global cerca de 11.000 profissionais.