É a primeira vez em onze dias que o Governo britânico, que atualiza diariamente os dados sobre essas travessias ilegais, deu conta de barcos no Canal da Mancha, após um final de abril marcado mau tempo, com ventos fortes e mar agitado.
A Marinha britânica, encarregada desde meados de abril do controlo das travessias ilegais no Canal da Mancha com o objetivo de melhor detectá-las, informou que 254 pessoas atravessaram a bordo de sete pequenos barcos no domingo.
Imagens publicadas na comunicação social britânica também mostram migrantes a chegar a Dover na segunda-feira.
No total, desde o início do ano, cerca de 7.000 pessoas chegaram à costa britânica após atravessar o Canal da Mancha a bordo de embarcações improvisadas, segundo uma contagem da agência AP, o triplo do balanço do ano passado no mesmo período.
Embora o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tenha feito da luta contra a imigração ilegal a prioridade após o ‘Brexit’, as travessias continuaram a aumentar, triplicando em 2021, ano marcado pela morte de 27 migrantes num naufrágio no final de novembro.
Mais de 28.500 pessoas completaram a travessia em 2021, em comparação com 8.466 em 2020, 1.843 em 2019 e 299 em 2018, segundo o Ministério do Interior.
Para desencorajar as travessias, o Governo introduziu na semana passada na lei uma polémica reforma do direito de asilo, que prevê o envio para o Ruanda, em África, de refugiados que chegaram ilegalmente ao Reino Unido, enquanto o pedido de asilo é avaliado.
A nova lei foi criticada duramente por organizações internacionais e de ajuda a refugiados, incluindo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados , que lamentou na quarta-feira o texto por colocar “em causa as leis e práticas internacionais estabelecidas para a proteção dos refugiados”.
Lusa