"De acordo com as verificações realizadas pelos especialistas, 152 sítios culturais foram parcial ou totalmente destruídos devido aos combates, incluindo 70 edifícios religiosos, 30 edifícios históricos, 18 centros culturais, 15 monumentos, 12 museus e sete bibliotecas", indica a Unesco, em comunicado.
A região de Donetsk, com 45 locais afetados, a região de Kharkiv, com 40, e a região de Kiev, com 26, sofreram três quartos dos danos.
"Esses ataques repetidos a locais culturais ucranianos devem parar", disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, acrescentando: “O património cultural, em todas as suas formas, não deve de forma alguma ser o alvo”.
Em meados de abril, o diretor do Centro do Património Mundial da UNESCO, Lazare Eloundou Assomo, já tinha dado conta de cerca de uma centena de locais danificados ou destruídos, incluindo "monumentos históricos, alguns (datados) do século XI, XII e outros de arquitetura da era soviética".
“Temos também igrejas, catedrais, com objetos litúrgicos únicos, teatros, como o de Mariupol, bibliotecas e outros edifícios de arquivo, monumentos construídos para glorificar a história da Ucrânia”, afirmou, qualificando estas destruições como “dramáticas”.
Desde o início da invasão, a Unesco adotou uma série de medidas para evitar a destruição de sítios protegidos e aconselha os profissionais a fazer inventários e evitar danos ao máximo.
Alguns abrigos foram identificados para colocar objetos que podem ser transportados em segurança, enquanto os dispositivos de combate a incêndio de alguns desses locais foram reforçados.
A Unesco colabora ainda com as autoridades ucranianas para marcar locais protegidos com um emblema azul, que significa que danificá-lo pode trazer consequências para os autores.
Signatários da Convenção de Haia de 1954, a Ucrânia e a Rússia têm a obrigação de proteger o património cultural em caso de conflito armado, lembrou Audrey Azoulay.
Até ao momento, segundo a organização, os sete sítios Património Mundial da Ucrânia não foram danificados.