“Vão reunir-se neste evento várias entidades com o objetivo de construir um planeta mais sustentável. Temos uma agenda muito preenchida, com mais de 50 oradores. Esperamos a participação de 140 pessoas ao longo destes dias”, adiantou, em declarações à Lusa, Pedro Silva, diretor tecnológico do Centro Internacional de Investigação para o Atlântico (Air Centre), sedeado no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira (Terinov).
As duas entidades organizam a segunda edição do Atlantic Innovation Week, que decorre na Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira, na Praia da Vitória.
Entre os temas em debate vão estar as tecnologias do espaço, as alterações climáticas, a alimentação sustentável, a proteção dos oceanos, as mudanças demográficas, a disrupção tecnológica ou a Estratégia de Especialização Inteligente (RIS3) para os Açores.
Segundo Pedro Silva, este evento dá a conhecer os projetos que o Air Centre já está a desenvolver e reflete a “grande vontade” dos participantes de “contribuir para estas soluções e para a criação de emprego”.
“O evento em si, trazer 140 pessoas à Praia da Vitória, é uma muito pequena contribuição, mas esperemos que saiam dali colaborações, parcerias, contactos a um nível internacional. Não nos podemos fechar sobre a região dos Açores, temos de pensar que estamos num mundo muito interligado”, avançou.
O diretor tecnológico do Air Centre sublinhou que muitos dos problemas abordados neste encontro “estão interligados” entre os países do Atlântico que integram o centro.
“A missão do Air Centre é aproximar estes países e colaborar, porque sabemos que não é um país sozinho que vai conseguir resolver muitos destes desafios que se avizinham”, apontou.
São já mais de 20 os países que integram a rede do Air Centre e “ainda recentemente” novos países aderiram, mas Pedro Silva acredita que é possível angariar mais parceiros e consolidar a colaboração entre eles.
“Eu diria que um dos próximos passos é esta componente internacional, de ligar estes países, com projetos específicos internacionais. Há muitas coisas que são feitas nos Açores que podem ser replicadas em Cabo Verde, nas Canárias, na África do Sul, no Brasil… e vice-versa”, vincou.
Para o diretor executivo do Terinov, Duarte Pimentel, trazer oradores internacionais à ilha Terceira é “muitíssimo importante para o desenvolvimento da própria capacidade e da massa crítica” das entidades científicas instaladas no parque de ciência e tecnologia e pode potenciar o financiamento de novos projetos.
“É esse tipo de contacto que é preciso cada vez mais promover e efetivar. E naturalmente que alavancados neste tipo de iniciativas vêm os fundos capital de risco. Sabem que se vai ouvir falar de projetos novos, altamente disruptivos e com grande capacidade de escalar nos mercados mundiais. O que se vende aqui é conhecimento e tecnologia e é muito atrativo também para aqueles que fazem investimento”, frisou.
O Terinov “ultrapassa já as 70 entidades científicas e empresariais instaladas”, que participam “em 10 projetos internacionais, com uma dotação financeira dos consórcios globais, na ordem dos 16 milhões de euros”.
Os principais desafios do parque passam por consolidar a posição do ecossistema empresarial no panorama europeu e “conseguir crescer ainda mais”, apesar de o espaço físico estar “completamente lotado”.
“Muitos dos nossos instalados, felizmente já conseguem competir ao nível dos financiamentos europeus, conseguem-se posicionar, alguns deles têm projetos vencedores”, salientou Duarte Pimentel.
Lusa