De acordo com os dados a que a agência Lusa teve acesso, no primeiro semestre do ano passado foram realizados 235 transplantes renais, menos do que em igual período do ano anterior (262).
Numa resposta enviada à Lusa, o IPST considera que as presentes taxas de utilização de órgãos e o aumento da idade média dos dadores podem explicar a diminuição do número de transplantes, pela menor quantidade de órgãos disponíveis.
Os dados do IPST indicam ainda que os números do primeiro semestre de 2017 são inferiores aos de 2016 (277 transplantes renais) e que nos primeiros seis meses de 2015 foram realizados 241 transplantes renais, mais dois do que em igual período do ano anterior.
Hoje a Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) e a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) vão apresentar, no Centro Cultural de Belém (Lisboa), o maior prémio de investigação na área da nefrologia em Portugal, no valor de 10.000 euros.
O galardão, segundo o presidente da ANADIAL, pretende “incentivar a realização de trabalhos científicos que permitam estudar e diminuir a elevada incidência de doentes com insuficiência renal crónica em Portugal, sobretudo nos estádios mais avançados, e, por outro lado, colmatar a ausência de investigações clínicas e estudos epidemiológicos nesta área”.
O prémio “ANADIAL-SPN”, de atribuição anual, visa promover a realização de estudos clínicos e avaliações epidemiológicas na área da Investigação em Insuficiência Renal Crónica, com particular relevância para a identificação de fatores de risco e intervenções preventivas da evolução da doença renal crónica.
“A insuficiência renal crónica é uma doença provocada pela diminuição progressiva da função dos rins e Portugal tem uma das mais elevadas incidências de doença renal crónica terminal com indicação para iniciar diálise, sem que exista uma explicação de caráter epidemiológico plausível”, refere a ANADIAL em comunicado.
A nível mundial, estima-se que 850 milhões de pessoas apresentem doenças renais de várias causas.
Tanto a doença renal crónica como a lesão renal aguda concorrem para o aumento considerável da morbilidade e mortalidade e aparecem maioritariamente nos grupos de maior risco – doentes com diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, obesidade, doenças autoimunes ou com história familiar de doenças renais.
LUSA