Estas são algumas das conclusões do estudo divulgado hoje pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), que tentou identificar as falhas de aprendizagem durante a suspensão do ensino presencial, devido à pandemia de covid-19, mas também perceber em que condições os alunos do ensino básico conseguiram acompanhar as aulas.
Mais de 23 mil alunos do 3.º, 6.º e 9.º ano responderam a um inquérito em janeiro e a maioria admitiu que houve muito empenho em casa em querer saber se estavam a realizar as suas tarefas escolares.
Esta preocupação registou-se em mais de 76% das casas dos meninos do 3.º e 6.º anos e desceu para 62,6% entre os alunos do 3.º ciclo, revela o “Estudo Diagnóstico das Aprendizagens”.
“As famílias consideraram muito importante acompanhar os filhos”, salientou o presidente do IAVE, Luís Santos, durante a apresentação dos dados preliminares.
Perceber se estavam a aprender foi uma constante nas casas das famílias com alunos nos três diferentes níveis de ensino (69,6% no 3.º ano disseram que receberam apoio, 72% no 6.º ano e 57,4% no 9.º ano).
As soluções encontradas pelos encarregados de educação foram variadas: mais de metade dos pais ajudou as crianças do 3.º e 6.º ano a fazer um horário para organizar o estudo, uma ideia que foi menos posta em prática com os jovens do 9.º ano (só 30,9%).
Luís Santos sublinhou ainda o facto de mais de metade (53%) das famílias com crianças no 1.º ciclo terem tentado explicar as matérias ensinadas nas aulas.
Para o IAVE, este apoio dado em casa poderá ser a explicação para os resultados dos mais novos não terem sido tão baixos.
O estudo mostra também que cerca de metade dos alunos do 3.º ano teve apoio por parte da escola, nomeadamente para ver se estavam a conseguir realizar as tarefas propostas (51,9%), para saber como se estava a sentir (42,6%) e até para ensinar truques sobre como estudar autonomamente (39,4%).