A nova espécie é dominada de Cixius wollastoni Freitas & Aguin-Pombo, 2021, em reconhecimento a Thomas H. Wollaston, um pioneiro no estudo da fauna entomológica da Madeira.
Até à data, os estudos publicados sobre os cixídeos do arquipélago da Madeira eram fragmentários. No que concerne algumas espécies, as descrições estavam ainda incompletas e/ou eram baseadas num pequeno número de espécimes. Os dados sobre a ecologia e distribuição eram também escassos e baseados em trabalho de campo que datam de 40 anos. Ter um amplo conhecimento sobre a taxanomia, a informação e distribuição do habitat é essencial para a
conservação da biodiversidade deste rico arquipélago.
Neste sentido, os autores do estudo, intitulado "Taxonomy of the Cixiidae (Hemiptera, Fulgoromorpha) from the Madeira archipelago", apresentam um relato completo da taxonomia dos cixídeos da Madeira, com base em espécimes de museus e material recolhido em trabalho de campo, realizado na Ilha da Madeira e nas Ilhas Desertas (Ilhéu Chão e Deserta Grande).
Uma vez que algumas destas espécies são muito raras ou vivem em áreas muito restritas, Énio Freitas e Dora Aguin-Pombo pretendem apresentar em breve medidas para a sua conservação. O estudo, que regista também pela primeira vez, a ocorrência de Pentastiridius leporinus (Linnaeus, 1761) na Madeira, disponibiliza ainda uma descrição detalhada e ilustrada de todas as espécies, incluindo a recém-descoberta, bem como uma chave de identificação para esta família dos
insetos.
Com esta descoberta, Cixius wollastoni Freitas & Aguin-Pombo, 2021, a Madeira passa a somar sete espécies de cixídeos, dos quais seis endémicos, juntando-se assim a Tenerife, com o maior número de espécies endémicas da Macaronésia.