A ARM adiantou à agência Lusa que, embora o arquipélago seja autossuficiente em termos hídricos, a gestão deste bem tem de ser "mais eficiente", porque as perdas nas redes atingem uma média na ordem dos 60%.
A ARM é a empresa pública responsável pela gestão das águas (na quase totalidade destinadas à rega), pela distribuição de água potável, pelo saneamento básico e pela recolha de resíduos nos municípios aderentes, nomeadamente Santana, Machico, Porto Santo, Câmara de Lobos e Ribeira Brava.
A empresa sublinhou que a situação motiva preocupações também na região devido aos "baixos níveis de precipitação, associados ao aumento da procura de água pelos municípios para o abastecimento público (consumo humano) – a quantidade de água disponível para regadio agrícola é mais reduzida".
Por isso, acrescentou que "para minimizar os constrangimentos no fornecimento de água às populações, foi necessário subtrair água ao sistema de regadio agrícola, atendendo a que, em situações de carência hídrica, nos termos do estipulado na legislação, o abastecimento para consumo humano tem prioridade sobre o fornecimento de água para rega".
"As zonas mais afetadas com escassez de água durante o período de escassez são as abastecidas pelo Canal do Norte, nomeadamente entre a Ribeira Brava e Câmara de Lobos, devido ao elevado estado de degradação daquele canal e às elevadas perdas de água daí decorrentes", indicou.
A ARM acrescentou que o Governo Regional da Madeira tem previsto um investimento na ordem dos 16 milhões de euros na recuperação das redes de água dos cinco municípios aderentes.
"A primeira fase da remodelação e ampliação dos sistemas de abastecimento vai já para o terreno no final de 2017", apontou, mencionando que o projeto inclui uma intervenção "em mais de 80 quilómetros de extensão em redes"
O objetivo é "a melhoria da prestação dos serviços de abastecimento de água potável, incluindo a redução de perdas", que são "muito elevadas", além de "compensar o subdimensionamento das redes e a ausência de equipamentos de medição e controle da rede".
"O investimento realizado servirá também para trocar materiais inadequados (fibrocimento) em alguns troços da rede de abastecimento e ainda remodelar e beneficiar as instalações sob gestão da ARM", explicou a empresa.
A rede de abastecimento de água potável integrará também o sistema de comunicação/telegestão feito pela empresa.
A ARM também gere a água de regadio e no Orçamento Regional para 2018 a Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais inscreveu mais de 2,9 milhões de euros destinados a apoiar a exploração deste sistema.
LUSA