A diretora regional do Ordenamento do Território da Madeira, Susana Fontinha, destacou hoje a participação da região autónoma na elaboração de um plano internacional de salvaguarda da biodiversidade marinha na Macaronésia, inteiramente financiado pela União Europeia.
O projeto Mistic Seas, que dispõe de um financiamento de 650 mil euros, deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2017 e envolve uma equipa científica composta por 60 elementos, oriundos dos arquipélagos da Madeira e Açores (Portugal) e Canárias (Espanha).
"O projeto destina-se à elaboração de um plano de ação comum para a monitorização da biodiversidade marinha na região da Macaronésia, uma das regiões com maior biodiversidade na Europa", salientou Susana Fontinha, em conferência de imprensa no Museu da Baleia, no Caniçal, zona leste da Madeira, onde decorre um ‘workshop’ técnico sobre o assunto.
O Mistic Seas incide sobre os mamíferos marinhos, aves marinhas e tartarugas e, no caso de ser aprovado pela Comissão Europeia, será aplicado por Portugal e Espanha por um período de dez anos, visando a salvaguarda ambiental do mar da Macaronésia (zona no Atlântico onde se situam os arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e também Cabo Verde).
A diretora regional do Ordenamento do Território sublinhou que o arquipélago da Madeira dispõe de uma biodiversidade marinha "interessante e significativa", ainda que não esteja devidamente quantificada, e comporta duas regiões protegidas: as ilhas Desertas e as Selvagens, que, entretanto, foram candidatadas a Património Mundial da Humanidade.
Susana Fontinha disse ainda que a Madeira afirma Portugal no Atlântico porque é a região de maior produção em piscicultura marinha, tem os mares mais profundos (atingem mais de 4.000 metros) e dispõe do porto de cruzeiros com mais passageiros e escalas ao nível do país.