"Os portugueses estão a sair mais de casa, pelo menos, do país também, mas não só. […] O Natal como sabemos é uma tradição mais familiar e, portanto, não há tanto turismo, há viagens para se passar a consoada com a família. Já quanto ao fim do ano, sim, estamos a crescer, de certa maneira em consonância com o movimento ao longo do ano. As conversas com os nossos associados levam-nos a pensar num crescimento entre os 7% e os 9%", afirmou à Lusa o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira.
Já na hora da escolha, as preferências dos portugueses não têm trazido grandes surpresas nos últimos anos.
"Relativamente aos destinos mais importantes, em primeiro lugar Portugal, é sempre assim no final do ano até porque são estadas mais curtas". E dentro do país, "os destinos estrela", como os classifica Pedro Costa Ferreira, também são os esperados: "continuamos a ter o Algarve, a Madeira, mas também é verdade que se acentua a tendência dos últimos anos que têm a ver com viagens um pouco por todo o país".
Os Açores, mas também a região centro e norte têm merecido a atenção dos portugueses na hora de escolher onde receber o novo ano. "Como sabemos há novas infraestruturas importantes nessas regiões, há sinais claros de crescimento recente e esse crescimento vai-se manter ao longo deste final de ano", explica o presidente da APAVT.
Quanto às viagens para o estrangeiro, "o quadro não é muito diferente do ponto de vista dos destinos em relação aos anos anteriores", afirma o responsável.
"Diria que em destinos mais próximos, de mais curto curso, Cabo Verde continua a liderar com uma boa prestação – pelo menos, Marrocos, que teve reforço de ligação aérea, e também as cidades europeias em geral", precisou.
Do ponto de vista do longo de curso, acrescentou, o espetro não se alargou: Brasil e Caraíbas continuam a ser os destinos tradicionais de fim de ano.
"Brasil por causa do seu conhecido fim de ano e Caraíbas por causa do clima, o que faz com que muitos portugueses também aproveitem para estar alguns dias mais descansados e com mais sol e maior temperatura", explicou.
No caso do Brasil, Pedro Costa Ferreira acrescenta que, enquanto o crescimento global é de entre 7% a 9%, para aquele país, o incremento de viagens no ‘réveillon’, "claramente, já está nos dois dígitos".
Questionado se para a Europa, a eleição das famílias portuguesas recai mais sobre Paris, o presidente da APAVT admite que "é um destino importante", até porque "é lá que está a Disneylândia", mas garante que a escolha para o velho continente é diversificada.
No final do ano não é "apenas Paris", esta é uma boa altura para "o ‘short-break’ [estadas curtas] nas cidades europeias, em geral", refere.
Tal como no ano passado, e fruto também de um aumento da confiança dos consumidores, que "é notório", diz o presidente da APAVT, "estas férias estão a comprar-se mais caras. É a lei da procura e da oferta em funcionamento".
"O que acontece nestas alturas de crescimento é que, efetivamente, a procura ultrapassa a oferta, há essa sensibilidade e essa aferição, e então a decisão não é protelar [a decisão] para ter um preço mais baixo, é reservar já para ter lugar [no avião]", explica o responsável.
Assim, "os preços estão a aumentar, é um facto", conclui Pedro Costa Ferreira.
LUSA