O Il Gallo d’Oro, restaurante do Hotel Ciff Bay, comandado pelo chef Benoît Sinthon, manteve as duas estrelas Micheli
Natural da ilha da Madeira, Luís Pestana é o primeiro e único Chef madeirense, a conquistar uma estrela do prestigiado Guia Michelin.
A gastronomia e os produtos locais, sempre fizeram parte da vida de Luís. Começou a cozinhar ainda na infância e adorava ajudar a mãe, a tia e o avô, mais tarde começou a fazer as suas próprias experiências. Aos 16 anos, quis estudar a arte da culinária e quando o curso terminou foi considerado o melhor aluno. Com 20 anos, já era Senior Chef do prestigiado Reid’s, atualmente conhecido como Belmond Reid’s Palace.
Durante toda a sua carreira, teve a oportunidade de colaborar com chefs internacionais e trabalhar com produtos de alta qualidade. Após alguns anos de aprendizagem e aperfeiçoamento, conquista a atenção do Chef Executivo e passa a Sub-Chef do Belmond Reid’s Palace.
Passados 26 anos, repletos de experiências, estágios com Chefs de prestígio como o Marc Meneau (3 estrelas Michelin) e mais de 100 diplomas, é agora o Chef Executivo do Belmond Reid’s Palace, incluindo o restaurante William. A oportunidade de liderar o restaurante foi um dos maiores desafios da sua carreira. O menu contempla os melhores produtos da ilha em pratos sazonais da mais alta qualidade, dando-lhe a oportunidade de utilizar mais do que nunca, os produtos biológicos, que tanto gosta.
À frente da cozinha do Il Gallo d’Oro, o único restaurante da Madeira com duas estrelas Michelin, instalado no hotel de luxo The Cliff Bay, está um francês que se apaixonou por uma madeirense e, a seguir, pela terra dela. O chef Benoît Sinthon gosta de ver a ilha no mapa da alta gastronomia e os seus produtos no prato.
Quando Benoît Sinthon se mudou para a Madeira, terra natal da mulher, acabou por encontrar, na geografia da ilha, dois elementos-chave da sua infância: o mar e a serra. O chef francês nasceu em Gardanne, perto de Marselha, cresceu rente ao oceano, com um tio pescador e uma avó que cozinhava “muitíssimo bem”, familiarizado com idas à pesca e ao mercado e, claro, com os tachos. Mas também tinha família nos Alpes, onde passava férias e fins de semana. Sempre quis fazer pastelaria ou cozinha, só que era mais criativo nesta última. Percebeu isso depois do primeiro estágio.
Hoje, Benoît Sinthon está feliz a dirigir a cozinha do Il Gallo d’Oro e a cozinha que ali pratica tem por base as técnicas francesas, em que a aromática de inspiração ibérica e mediterrânica, com os produtos madeirenses, estão bastante presentes. No início, espantou-se, por exemplo, com os frutos exóticos, os quais, garante, “têm um sabor diferente”: as muitas variedades de maracujá, as “bananas do outro Mundo”, o ”abacate espetacular”, a anona, o tomate inglês, a tangerina no Natal.
Todas as manhãs é vê-lo na Praça do Peixe do Mercado dos Lavradores a comprar peixe fresco. Do mar para o prato sem passar na refrigeração é a marca de Benoit
Parte dos produtos que utiliza nos seus pratos vem da horta do grupo PortoBay, no qual está integrado o The Cliff Bay. É uma área de quase 5000 metros quadrados, com legumes e alguma fruta exótica, ervas aromáticas, flores comestíveis, aves, um porco. E ainda uma mesa grande de madeira, para convívios (inclusive, com clientes); e uma parede assinada, a pincel, por vários chefs.
Foi em 2008 que Benoît Sinthon conquistou a primeira estrela Michelin para o Il Gallo d’Oro e a primeira atribuída na Madeira. A segunda estrela chegou em 2017. Foram ambas renovadas, anualmente.
É um homem feliz, pois como repetidamente diz “a missão do cozinheiro é ver os clientes felizes. Com isso é que o cozinheiro tem de se preocupar. As estrelas vão e vêm”.