O Governo Regional da Madeira não obteve qualquer justificação oficial da companhia aérea espanhola Binter, nem do Governo da República, sobre o cancelamento de sete voos para o Porto Santo nos últimos quatro dias, informou hoje o executivo.
"Nós contactámos a empresa, o departamento comercial, e não sabiam que os voos estavam a ser cancelados. Ligámos para Canárias e ninguém sabe de nada. Ligámos para o Ministério [do Planeamento e Infraestruturas], também ninguém sabe de nada. Mandámos uma carta [para as duas entidades], ninguém responde", explicou à agência Lusa o vice-presidente do governo, Pedro Calado, vincando que a situação é "inadmissível".
A transportadora aérea Binter, com sede em Canárias, é responsável pelas ligações entre a Madeira e o Porto Santo desde junho deste ano, na sequência de um contrato de concessão estabelecido com o Governo da República.
Esta semana, entre terça-feira (07 de agosto) e hoje foram cancelados sete voos com destino ao Porto Santo, sendo que o que estava programado para esta manhã ainda não se realizou, situação que afetou pelo menos três dezenas de passageiros.
A companhia tem alegado "motivos operacionais", bem como as previsões meteorológicas, que indicam a possibilidade da ocorrência de ventos fortes na zona do Aeroporto da Madeira até domingo.
"Ontem e hoje [09 e 10 de agosto] o aeroporto operou normalmente, nenhum voo foi cancelado, e estes continuam a ser cancelados sem qualquer justificação e sem qualquer informação aos passageiros", disse Pedro Calado, realçando que no mesmo período a Binter não cancelou qualquer voo para Canárias, tendo utilizado o mesmo avião e o mesmo aeroporto para o efeito.
O vice-presidente reforça que é "urgente" a companhia aérea e o Governo da República, responsável pela gestão do contrato de concessão, apurarem responsabilidades.
"Há uma passividade por parte destas entidades que não é admissível, sobretudo num período de verão e de grande procura turística", afirmou Pedro Calado, sublinhando que os madeirenses e os porto-santenses não podem continuar a ser tratados desta forma.
O vice-presidente disse, por outro lado, que o executivo regional vai pedir para ter acesso ao contrato e aos termos da concessão da linha aérea entre as ilhas e vai "reforçar" a sua atuação no sentido de que os passageiros sejam "protegidos e ressarcidos dos danos".
"Não vamos permitir que continuem a acontecer estes casos", acentuou.
LUSA