O Norte e o Algarve são as únicas regiões do país com um índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV2 inferior a 1, com o Alentejo apresentar o maior crescimento, passando dos 0,92 para os 1,16.
Os dados constam do relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a evolução da curva da epidemia esta sexta-feira divulgado e que indica que o valor médio do Rt – que estima o número de casos secundários de Covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – é de 1,07 no país.
Por regiões, apenas o Norte (0,99) e o Algarve (0,92) registam um Rt abaixo do limite estabelecido de 1, enquanto as restantes apresentam um índice de transmissibilidade do vírus que varia entre os 1,05 na Madeira e no Centro e o máximo de 1,16 no Alentejo.
Lisboa e Vale do Tejo é a segunda região do país com um Rt mais elevado, tendo passado de 1,11 para os 1,14, de acordo com os dados de hoje do INSA, que refere ainda que este indicador está estimado nos 1,07 para a região autónoma dos Açores.
“Portugal apresenta a taxa de notificação acumulada de 14 dias [de novos casos de infeção] entre 20 e 59,9 por cem mil habitantes e um Rt superior 1, ou seja, uma taxa de notificação baixa/moderada e com tendência crescente”, refere o instituto.
No que se refere à taxa de incidência de novos casos por regiões, apenas os Açores ultrapassam a barreira dos 120, estando atualmente nos 133,9, enquanto o Norte, o Centro e o Alentejo estão mesmo abaixo dos 60 casos por cem mil habitantes.
A região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta uma incidência que aumentou dos 50,6 para os 68,1 casos e, em tendência contrária, o Algarve reduziu dos 72,8 para os 63,2.
Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de Covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que do processo de desconfinamento que se iniciou a 15 de março e que está na quarta fase de alívio das restrições.
O grupo de peritos que aconselha o Governo sobre a epidemia da Covid-19 defendeu hoje que deve manter-se esta matriz de risco das "linhas vermelhas" de avaliação da incidência acumulada de casos e do Rt.
"O grupo de peritos propõe manter a atual matriz de risco", afirmou a especialista Andreia Leite, da Escola de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, na reunião periódica de análise da situação epidemiológica do país, que junta no Infarmed, em Lisboa, especialistas, membros do Governo e o Presidente da República, sustentando que a incidência de casos de contágio é o indicador mais sensível para a progressão da pandemia.