A secretária do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira, Susana Prada, disse hoje que o Governo Regional está a investir no ordenamento do território e na gestão dos recursos naturais com vista a minimizar os impactos provocados pelas alterações climáticas.
"Numa região insular como a nossa, são muitos os setores que apresentam uma especial sensibilidade às alterações climáticas", afirmou durante a apresentação, no Funchal, da Estratégia Clima-Madeira – Adaptação às Alterações Climáticas na Região Autónoma da Madeira.
Susana Prada indicou quatro grandes medidas que o governo tem em curso ou pretende implementar a curto prazo, a começar por uma campanha de sensibilização para a poupança da água, iniciada em agosto.
A secretária do Ambiente destacou, por outro lado, os projetos em curso ao nível municipal para determinar os consumos efetivos de água e localizar as perdas, bem como os trabalhos de delimitação dos perímetros de proteção das captações de água subterrânea.
Susana Prada referiu ainda as iniciativas que permitirão "potenciar a reflorestação adequada, a prevenção da destruição do coberto vegetal e o controlo de espécies invasoras", que levam ao aumento das reservas hídricas, à preservação da paisagem e à segurança das populações.
A Estratégia Clima-Madeira considera o risco de aluvião como uma das principais vulnerabilidades da ilha, considerando que no futuro esse risco vai aumentar.
"A ilha da Madeira é muito acidentada, com desníveis muito acentuados, e esse é um risco face a níveis de precipitação elevados, como aconteceu a 20 de fevereiro de 2010", explicou Filipe Duarte Santos, coordenador do projeto, realçando que tal risco provavelmente aumentará no futuro, porque a mudança climática traz eventos extremos mais frequentes.
O responsável apontou, por outro lado, os fogos florestais como um dos pontos fracos da Madeira, sublinhando que "a floresta é muito importante do ponto de vista ambiental, porque protege a parte alta da ilha, trava a erosão, diminui o risco de aluviões e também conserva a biodiversidade".
Filipe Duarte Santos destacou também doenças como o dengue transmitido por um mosquito, encontram condições propícias ao desenvolvimento mercê das alterações climáticas. Por outro lado, advertiu para o facto de que o nível do mar irá subir 70 centímetros até ao final do século.