“Vamos conversar com o secretário-geral da ONU e pedir que ele leve a COP30 para a Amazónia”, disse Lula da Silva, num evento organizado num espaço dedicado aos governos regionais da Amazónia brasileira em Sharm el-Sheikh, no Egito, onde acontece a COP27.
"Se a Amazónia tem o significado que tem para o planeta Terra, se tem a importância que todos vocês dizem que tem, que todos os cientistas dizem que tem, nós não temos de medir esforços para afirmar que uma árvore em pé vale mais do que uma árvore derrubada", acrescentou.
O futuro Presidente brasileiro também destacou que é importante que uma conferência do clima aconteça no Brasil, país que abriga cerca de 65% da maior floresta tropical do planeta, por considerar importante que “as pessoas que defendem a Amazónia, que defendem o clima conheçam de perto o é aquela região” para que possam discutir a Amazónia “a partir de uma realidade concreta”.
O líder progressista tomará posse no dia 1 de janeiro de 2023 e faz sua primeira viagem ao exterior desde sua eleição no final de outubro para participar na COP27, que termina na sexta-feira.
O Brasil já havia sido proposto sediar a COP25, em 2019, mas a eleição do atual Presidente, Jair Bolsonaro, fez o país desistir de ser sede do fórum naquele ano.
"O Brasil está de volta ao mundo", afirmou Lula da Silva nas suas redes sociais, ao chegar no Egito, sem fazer alusão direta a Bolsonaro, seu rival nas últimas eleições, que tem sido alvo de críticas pela falta de políticas claras em defesa do meio ambiente e contra as mudanças climáticas.
Numa breve intervenção junto de governadores brasileiros, Lula da Silva, que ainda fará um discurso oficial na COP27 nesta quarta-feira, reafirmou que pretende defender os indígenas a partir da criação de um Ministério dedicado aos povos originários do Brasil para “fazer com que eles não sejam tratados como bandidos.”
Sobre a política de combate ao desflorestamento na Amazónia, o próximo Presidente brasileiro afirmou que conversará com prefeitos e governadores para combater a destruição da floresta porque são os políticos locais quem conhecem a realidade das zonas devastadas e podem ajudar na fiscalização.
No fim de sua intervenção, Lula da Silva defendeu que foi ao fórum internacional também para dizer que o Brasil mudará definitivamente, que fortalecerá a democracia e prometeu que manter um diálogo permanente com todos as autoridades envolvidas na preservação ambiental.