"Eles queriam que [Isabel dos Santos] tivesse uma ligação muito forte. Alguns, normalmente aquelas forças que são contra o Centro Internacional de Negócios, queriam que houvesse uma ligação muito grande", afirmou o governante, vincando que isso não se verifica.
Miguel Albuquerque fez estas declarações à margem de uma visita à Sé do Funchal, onde decorrem trabalhos de restauro no valor de 1,6 milhões de euros.
Informações divulgadas pela comunicação social nas últimas semanas referem que a empresária angolana teve participação em "várias empresas", pelo menos cinco, sediadas no Centro Internacional de Negócios da Madeira, também designado por zona franca.
"Para grande desapontamento deles [os críticos], essa ligação estava mais concentrada nos bancos do continente e nas empresas do continente do que propriamente no Centro Internacional de Negócios da Madeira", realçou Miguel Albuquerque.
O presidente do executivo regional, de coligação PSD/CDS-PP, acusou, por outro lado, a "nomenclatura portuguesa" de hipocrisia no caso “Luanda Leaks”. "Acho extraordinário. A nomenclatura portuguesa já está a perguntar ‘Isabel quem?’, como se não a conhecessem", disse, vincando: "Acho extraordinária a hipocrisia vigente na nomenclatura".
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ) revelou no dia de 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de “Luanda Leaks”, detalhando esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos, que foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol, disse estar a ser vítima de um ataque político.
A empresária já refutou o que descreveu como "alegações infundadas e falsas afirmações" e anunciou que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação "Luanda Leaks". Isabel dos Santos reafirmou que os investimentos que fez em Portugal tiveram uma origem lícita.
C/Lusa