A ALBOA indica, em comunicado, que o objetivo é "sensibilizar as mais altas entidades oficiais", nomeadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, para a "situação das vítimas", na sequência da venda do banco pelo Estado ao Santander Totta.
"O dia 10 de junho, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, é assim, também, simbolicamente, o momento exato para assinalar aqueles que foram vítimas da pátria, como é, neste caso, a situação desesperada dos lesados do Banif", refere.
A ALBOA sublinha que já passaram cerca de 66 meses desde a venda do Banif, em 2015, marcados por "adiamentos, incertezas e promessas não cumpridas".
Em 30 de abril, a Associação dos Lesados do Banif entregou ao representante da República para a Madeira uma carta dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa, que visitou a região nos dias 01 e 02 de maio, solicitando a sua intervenção no processo.
A ALBOA não divulgou o conteúdo da missiva, mas indicou, em comunicado, que os lesados se queixam do "mutismo e ausência de diálogo" do primeiro-ministro e pedem ao chefe de Estado que "envide todos os esforços possíveis" para que se encontre uma solução.
O Banif foi adquirido pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.
Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados e acionistas perderam 263 milhões de euros, havendo ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.
A ALBOA representa apenas os ex-clientes não qualificados, que foram lesados num valor estimado em cerca de 180 milhões de euros.