Kiev disse que os novos corredores humanitários incluíam Energodar, Berdyansk, Melitopol, Rubizhne, Nizhnee, Severodonetsk, Popasna, Lysychansk e também Mariupol, uma das cidades mais atacadas pelas forças russas.
Contudo, as autoridades de Mariupol continuam a dizer que não é possível entrar nesta cidade sitiada e que é perigoso para os civis tentarem sair por sua conta.
“Não vemos um desejo real dos russos (…) em dar oportunidade para os habitantes de Mariupol saírem para o território ocupado pela Ucrânia”, disse Petro Andryushchenko, assessor do presidente da câmara, na rede social Telegram.
A partir de Kiev, contudo, a vice-primeira-ministra e responsável pela reintegração dos territórios ocupados da Ucrânia, Iryna Vereschchuk, confirmou todos os corredores humanitários, usando as redes sociais para revelar as rotas de saída.
Assim, os habitantes de Mariupol, Energodar, Berdyansk e Melitopol serão retirados para Zaporizhia e os habitantes de Rubizhne, Nizhnee, Severodonetsk, Popasna e Lysychansk – para Bakhmut.
Por outro lado, a agência noticiosa ucraniana Ukrinform disse que 1.458 pessoas foram retiradas na quinta-feira através de três corredores humanitários, a partir de Mariupol, Melitopol e Energodar.
Hoje à tarde, um comboio de cerca de 2.000 refugiados, escoltados pela Cruz Vermelha, seguia para a cidade de Zaporizhzhia, que está sob controlo ucraniano.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.