Chauvin – que na sala de tribunal ouviu impassível a palavra “culpado” ser pronunciada por três vezes na deliberação dos jurados para os crimes de homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio por negligência – foi levado sob custódia policial, algemado, depois de fazer uma ligeira vénia na direção do juiz.
A pena a que Chauvin irá ser condenado será determinada em sentença judicial, a agendar pelo tribunal do condado de Hennepin, na cidade de Minneapolis.
O crime de homicídio em segundo grau é punível com até 40 anos de prisão, homicídio em terceiro grau com pena máxima de 25 anos, e homicídio por negligência com pena de prisão de até 10 anos.
Como não tem antecedentes criminais, Chauvin só poderá ser condenado a um máximo de 12 anos e meio de prisão por cada uma das duas primeiras acusações e a quatro anos de prisão pela terceira.
As imagens da detenção de Floyd em maio de 2020, com Chauvin a pressionar o pescoço por mais de nove minutos, apesar de o detido gritar “não consigo respirar”, causaram motins em todos os Estados Unidos no verão passado, com a vítima a tornar-se símbolo da violência policial contra os afro-americanos.
Chauvin declarou-se inocente de todas as acusações.
A defesa de Chauvin baseou-se no facto de o agente ter seguido o que o treino policial prescreve para imobilizar indivíduos que resistam à ordem de detenção e que a morte de Floyd se deveu ao consumo excessivo de drogas e não a asfixia causada pela pressão sobre o seu pescoço.
Testemunhando no julgamento de Chauvin, o chefe da Polícia Medaria Arradondo afirmou que pressionar o pescoço com o joelho depois de o detido estar algemado e de borco, como fez o ex-agente, “não faz de alguma forma ou feitio” parte das normas ou treino policial.
Ao considerarem Chauvin culpado das acusações, os jurados concluíram que as ações de Chauvin foram “um fator causal substancial” na morte de Floyd e que o uso de força por parte do agente não foi “razoável e proporcional”.
A acusação de homicídio em segundo grau exigia que os procuradores fizessem prova de que Chauvin quis deliberadamente prejudicar Floyd, mas que não pretendia matá-lo.
A acusação de homicídio em terceiro grau exigia prova de que as ações de Chauvin foram “eminentemente perigosas” e sem olhar ao risco de perda de vida.
A acusação de homicídio por negligência exigia que os jurados acreditassem que o agente causou a morte de Floyd sem ser de forma consciente.
Hoje, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que as provas no julgamento da morte de George Floyd eram "esmagadoras".
Os outros três polícias que participaram na detenção – Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao – serão julgados em agosto, acusados de cumplicidade no homicídio.