Em entrevista à agência Lusa, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, disse que o plano delineado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para a JMJ tem os níveis “amarelo, laranja e vermelho” de envolvimento de meios, que serão acionados de acordo com os recursos.
“Este plano prevê exatamente uma flexibilidade de três níveis, amarelo, laranja e vermelho. Um, dois e três em que há mais ou menos recursos consoante o nível em que estamos. Há um primeiro nível que começa no dia 24 de julho e acaba no dia 28 de julho, que terá menos meios afetos. Depois temos um nível dois que começa no dia 29 de julho e termina no dia 31 de julho. A partir do dia 1 [de agosto] e até ao dia 6 é quando temos o maior número de meios envolvidos, sendo que o maior número de meios será nos dias 5 e 6, com cerca de 2500 operacionais”, precisou André Fernandes.
A JMJ começa em Lisboa em 1 de agosto e o papa Francisco chega no dia seguinte, mas o dispositivo da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) começa na segunda-feira com cerca de 800 operacionais e termina em 10 de agosto com diferentes níveis de empenhamento de meios, que terá a capacidade máxima a 5 e 6 de agosto com 640 veículos, para além dos 2.500 bombeiros.
O comandante da ANEPC avançou que inicialmente o dispositivo terá um âmbito nacional e será vocacionado para as principais vias rodoviárias e ferroviárias, sendo dedicado às movimentações dos peregrinos que se deslocam no país e com o objetivo de prestar “um socorro mais rápido e célere” caso exista algum acidente.
Além deste dispositivo dedicado às "movimentações pendulares dos peregrinos”, os meios da Proteção Civil vão estar nos diferentes eventos que vão acontecer no âmbito da JMJ e nas cerimónias em que o papa Francisco vai participar, em Lisboa e Fátima.
André Fernandes sublinhou que existirá um "dispositivo próprio e dedicado” a cada evento para apoiar os peregrinos no âmbito da emergência pré-hospitalar e “em coordenação e cooperação” com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
O comandante da ANEPC lembrou que podem também ocorrer incêndios urbanos e outras ocorrências em que este dispositivo “também está pronto a atuar para fazer o socorro necessário”.
A maioria dos operacionais envolvidos são dos corpos de bombeiros voluntários, mas incluem também os profissionais, como é o caso dos Sapadores de Lisboa, sendo a maior parte dos meios da região de Lisboa e Vale do Tejo e de Fátima, mas vai existir um reforço de diferentes regiões do país.
“As corporações de Lisboa e Vale do Tejo vão estar envolvidas diretamente, até porque a maioria delas tem eventos na sua área de atuação. E depois há um reforço nacional das diferentes regiões”, afirmou, garantindo que está tudo assegurado do ponto de vista logístico para os bombeiros que se deslocam para a Lisboa durante a JMJ.
Sobre as críticas da Liga dos Bombeiros Portugueses, que se queixa não ter sido ouvida pela ANEPC sobre o dispositivo para a JMJ, o comandante nacional afirmou que as associações humanitárias foram contactadas diretamente.
“Quando a Proteção Civil necessita de criar um dispositivo, não só para a JMJ, mas para outro qualquer evento, há um contacto direto. Os comandos sub-regionais têm essa premissa conforme está previsto na lei. Fazem uma articulação direta, há um levantamento de capacidades, há a elaboração das ordens de operações e instituído o dispositivo”, sustentou.
André Fernandes deu conta de que existiu um levantamento das disponibilidades que as associações e os corpos de bombeiros dispõem e a partir daí foi construído o dispositivo.
“Houve de facto um empenhamento dos comandos sub-regionais, que contactaram e falaram com cada associação humanitária e com cada corpo de bombeiro da sua sub-região, com especial destaque para Lisboa e Vale do Tejo, para fazer um levantamento de capacidade”, disse, destacando que, nesta fase final, as corporações de bombeiros têm acesso à ordem de operações e sabem “onde têm de estar, em que dias, qual o horário e que meios vão estar envolvidos”.