A ministra da Governação Cooperativa e Assuntos Tradicionais, Dlamini Zuma, adiantou, em conferência de imprensa, que o Governo está a tentar abrigar temporariamente mais de 40 mil desalojados afetados pelas cheias na província de KwaZulu-Natal (KZN), vizinha a Moçambique.
A governante sul-africana referiu que pelo menos 4.000 casas ficaram completamente destruídas e cerca de 9.000 residências parcialmente danificadas pelas catastróficas cheias provocadas por chuvas torrenciais na última semana.
Dlamini Zuma avançou que as Forças Armadas Sul-Africanas (SANDF) vão destacar mais operacionais para KZN, onde já se encontram 10.000 efetivos desde o início desta semana, em articulação com oito equipas da proteção civil.
A província de KZN é a segunda mais populada da África do Sul, com 11,5 milhões de habitantes, depois de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, a capital económica, e Pretória, a capital do país.
Segundo as autoridades consulares portuguesas, estima-se em cerca de 30.000 os portugueses a residirem em KZN, na sua maioria na cidade portuária de Durban (atual eThekwini), onde se concentra a maior parte das vítimas das recentes cheias.
O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, declarou o estado de calamidade nacional, considerando um “desastre humanitário” após as inundações que “causaram grandes danos económicos e sociais”.
Pelo menos 443 pessoas morreram, havendo 48 desaparecidos em redor da cidade de Durban, referiu o chefe de Estado sul-africano.
Segundo Ramaphosa, o Governo estima em mais de 600 escolas danificadas pelas cheias, que afetaram mais de 270.000 estudantes.
Além de escolas, as inundações destruíram por completo infraestruturas públicas, incluindo estradas, pontes, hospitais, clínicas, esquadras de polícia e tribunais, referiu.
O Presidente sul-africano, que visitou na semana passada as áreas mais afetadas, salientou que o porto de Durban, o mais movimentado no continente e vital para a economia da África do Sul, “foi severamente afetado, estando o acesso rodoviário condicionado”.
“A rota de acesso ao porto, que liga o resto do país, é frequentada diariamente por 13.000 veículos pesados”, frisou.
Lusa