O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) vai instalar uma rede de detetores de trovoada na Região Autónoma da Madeira, que deverá estar operacional no decurso de 2018, informou hoje o responsável regional da instituição.
"O projeto ainda não foi aprovado, mas tudo indica que daqui por um ano a Madeira terá uma rede de detores de trovoada como já existe no continente e nas Canárias", disse Victor Prior, no âmbito de uma conferência sobre análise de riscos de incêndio, promovida pelo IPMA em parceria com Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira.
O projeto prevê a instalação de dois detetores na Madeira, nos concelhos de Santana e Porto Moniz, um na ilha do Porto Santo e outro nas Selvagens.
"O equipamento é da responsabilidade do IPMA, mas com uma grande ajuda das entidades regionais", declarou Victor Prior.
O responsável da delegação da Madeira do Instituto Português do Mar e da Atmosfera realçou, por outro lado, que atualmente está em fase de "construção e instalação" um novo radar meteorológico no Porto Santo, previsto para entrar em funcionamento em outubro.
Victor Prior esclareceu, ainda, que a Região Autónoma da Madeira dispõe um total de 19 estações meteorológicas, incluindo uma no Porto Santo e uma nas Selvagens, o que faz com que seja a maior do país em termos de densidade, considerando a pequena dimensão do arquipélago.
"É uma rede otimizada e bastante densa, que cobre detalhadamente a Madeira", vincou, sublinhando que em julho a região será ainda reforçada com a entrada em funcionamento de mais uma estação meteorológica, na freguesia do Monte (Funchal), na área de interface entre a floresta e a zona urbana.
"A estação do Monte ficará localizada aos 500 metros de altitude, para darmos melhor resposta [em termos de previsão], tanto ao nível do risco de incêndio, como da precipitação", sublinhou.
Entretanto, o Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira acionou, desde 15 de junho, o Plano Operacional de Combate a Incêndios Florestais – POCIF 2017, colocando no terreno 132 elementos de prevenção e vigilância 24 horas por dia.
Este efetivo representa um aumento de 35% em relação ao 2016, ano em que, no mês de agosto, a Madeira, e particularmente o concelho do Funchal, foi devastada por incêndios violentos que provocaram a morte de três pessoas e prejuízos materiais avaliados em 157 milhões de euros.
O Plano Operacional de Combate em Incêndios Florestais vigora até 15 de outubro.
LUSA