“Precisamos de fazer mais encontros e colóquios e saber mais sobre a comunidade madeirense”, referiu.
“Além das festas tradicionais, como o Bom Jesus Milagroso, sabe-se pouco das vertentes da comunidade madeirense e será interessante conhecê-las”.
É uma comunidade que tem uma forte presença em San Diego, em Hayward (zona da baía de São Francisco) e em algumas cidades do vale de São Joaquim, indicou o professor.
“Há a particularidade de muitos luso-americanos com quem converso de origem madeirense, muitos de terceiras e quartas gerações, terem vindo para aqui através do Havai”, explicou Diniz Borges, referindo que essas conversas estiveram na base da ideia para a iniciativa.
“Não se fala muito da Madeira. Acho que falta uma força congregadora, uma plataforma nacional”, continuou o responsável.
No lançamento, a iniciativa tem como conselheiros quatro personalidades ligadas à diáspora madeirense, de várias partes da Califórnia: o antigo presidente do PALCUS (Conselho de Liderança Luso-Americano) John Bento, de Sacramento, Maria José Rodrigues, que está a escrever a história da presença portuguesa em San Diego, Maria Isabel Camacho, que emigrou há duas décadas e está em Hayward e Inês Eiras, que está envolvida na comunidade na área este da baía de São Francisco.
A organização está igualmente em conversações com duas pessoas da cidade de Lemoore, no condado de Kings, onde há algumas famílias de origem madeirense.
No âmbito do lançamento da Madeira Diaspora Initiative, o PBBI vai enviar uma carta ao Governo Regional da Madeira para estabelecer uma relação mais próxima com o executivo.
“Também vamos começar a fazer contactos entre a Universidade da Madeira e [a Universidade] Fresno State para ver se há um possível acordo para colóquios que tenham mais em foco a presença da diáspora madeirense nos Estados Unidos, além da possibilidade de intercâmbio de alunos”, disse Diniz Borges.
O objetivo inicial é organizar dois eventos no primeiro semestre deste ano e registar cerca de meia dúzia de histórias orais.
A nível nacional, o programa aponta para dois a quatro eventos por ano vocacionados para o presente e futuro da comunidade portuguesa com origem na Madeira nos Estados Unidos.
Embora minoritária na globalidade da comunidade luso-americana, frisou o professor, a diáspora madeirense tem muitas histórias de interesse que o PBBI quer colocar em destaque em 2023.
O Instituto tem o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e vai assinalar o quarto aniversário num evento comemorativo a 21 de fevereiro.
Lusa