“O inquérito encontra-se em investigação, aguardando-se alguns relatórios de exames médicos”, disse à agência Lusa fonte da Procuradoria-Geral da República, passado um ano do incidente, que provocou a morte de 13 pessoas e meia centena de feridos.
Segundo a mesma fonte, este inquérito “tem três arguidos constituídos e cinco assistentes”.
No ano passado, um carvalho de grande porte com cerca de 200 anos abateu sobre várias pessoas que aguardavam pela passagem da procissão no Dia da Assunção de Nossa Senhora, também conhecido por Dia de Nossa Senhora do Monte, padroeira da Região Autónoma da Madeira, no Largo da Fonte, naquela freguesia do Funchal.
Depois da tragédia, o Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) informou que nesse dia deram entrada no Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, 52 vítimas, três das quais viriam a morrer.
Oito das vítimas mortais eram do sexo feminino e cinco do masculino, sendo uma delas uma criança de um ano e as restantes pessoas com idades entre os 28 e 59 anos. Uma mulher francesa e outra húngara figuraram entre os mortos.
No dia do acidente a Procuradoria-geral da República ordenou a instauração de um inquérito, tendo os trabalhos de peritagem sido efetuados por um cientista da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) "com especiais conhecimentos na área da fitossanidade e segurança de árvores, selecionado e nomeado perito para o efeito pelo Ministério Público".
Também o município do Funchal desencadeou uma peritagem ao local, tendo constituído uma equipa técnica para o efeito, mas o Ministério Público mandou suspender esta ação.
Os arguidos neste processo são, até ao momento, o presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, a vereadora responsável pelo pelouro do Ambiente, Idalina Perestrelo, e o chefe de divisão de Jardins e Espaços Verdes Urbanos da Câmara Municipal do Funchal, Francisco Andrade.
Após a divulgação da constituição de arguido, o presidente do município, emitiu um comunicado declarando estar de consciência tranquila.
“Estou de consciência tranquila em relação à minha atuação e ao meu dever para com a segurança dos funchalenses. O meu primeiro pensamento estará sempre com as vítimas deste acontecimento que ficará para sempre na minha memória”, afirmou.
O autarca assegurou que estaria “absolutamente disponível para cooperar e colaborar com a investigação”, mas gerou polémica a sua recusa em prestar esclarecimentos perante a comissão de inquérito constituída no final de 2017, na Assembleia Legislativa da Madeira.
Uma das recordações do dia da tragédia foi a ‘visita relâmpago’ do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se deslocou ao local do acidente, o Largo da Fonte, passando depois pelo hospital do Funchal para ver os feridos e pelo Serviço de Proteção Civil da Região, responsável pela operação de socorro.
Por seu turno, o Governo da República decretou o dia 18 de agosto, data das cerimónias fúnebres, Dia de Luto Nacional.
LUSA