“Mas isto não é possível porque a OMS está fragilizada e dependente de grandes poderes. Na falta, a União Europeia [UE] chegou-se à frente e mesmo assim não está a conseguir controlar todos os países na sua esfera”, como a Hungria e Eslovénia, que administram a Sputnik V.
A vacina russa não foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), o que contraria a “igualdade” das vacinas administradas que está na base da implementação do certificado digital, disse à Lusa Jorge Atouguia.
“O que se deve fazer nestes países [como a Hungria e Eslovénia]? Só as pessoas que têm as vacinas aprovadas pela EMA podem ter acesso ao certificado? São questões que precisam de ser respondidas”, acrescentou.
Em relação a uma possível expansão do certificado a países fora da UE que estejam nas mesmas condições, o médico admitiu que a questão “é ainda mais complicada porque as ditas condições podem não corresponder às vacinas permitidas” no espaço comunitário, para além de que muitos países estão ainda a iniciar o processo de vacinação.
O presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante frisou que “o certificado digital europeu é importante para um conforto do ponto de vista individual, pois permite que uma pessoa que tenha imunidade se possa deslocar na UE e no próprio país para determinadas atividades”.
Contudo, este conforto não se aplica ao nível comunitário, assegurou, porque uma pessoa com a vacinação completa “pode vir a ser infetada e pode ser ela própria um veículo de transmissão do vírus”.
C/Lusa