O major Inanis Artopius, do 9.º regimento de bombeiros de Atenas, disse à agência Lusa que as chamas começaram em Daou Penteli, no topo do monte, e alastraram em poucas horas a Nea Makri, Mati and Rafina, que se situam junto ao mar e onde existem mais habitações.
Uma grande parte da encosta do Neo Voutzas foi devastada pelo fogo, que destruiu dezenas de casas com vista para o mar e envolvidas por pinheiros, a maioria das quais jaziam hoje em ruínas e algumas ainda a fumegar.
No monte mantém-se uma forte presença de bombeiros e de outras forças de segurança, depois de terem sido noticiada a presença de suspeitos de pilhagens.
Pandelis, um grego que reside em Atenas mas que possui uma propriedade em Voutzas, disse à agência Lusa que a maioria dos vizinhos preferiram ficar na capital grega, em segurança.
Porém, ele decidiu deslocar-se ao local para avaliar os danos a um armazém e oficina de frigoríficos, que foi totalmente arrasado pelas chamas.
"Não temos seguro e não acredito que receba dinheiro do governo, como aconteceu noutras ocasiões a pessoas que eu conheço", lamentou.
O executivo grego desbloqueou uma verba de 20 milhões de euros, procedente do Programa de Investimento Público, destinada à ajuda imediata e a cobrir as necessidades das zonas mais afetadas.
O balanço mais recente dos fogos de segunda-feira na Grécia, perto de Atenas, contabilizou pelo menos 80 mortos e 187 feridos, dos quais 23 crianças, de acordo com o porta voz do serviço de bombeiros Stavroula Malliris.
Milhares de casas e centenas de viaturas foram completamente destruídas pelas chamas, sobretudo em Mati, um dos bairros periféricos a norte de Rafina, onde muitos habitantes da capital têm segunda casa e onde passam férias de verão.
Entretanto, o parlamento grego determinou, por unanimidade, uma série de medidas para apoiar as crianças que ficaram órfãs durante os incêndios da região da Ática oriental.
A primeira medida será o pagamento de uma soma de 10 milhões de euros das reservas do parlamento para uma conta especial aberta pelo Estado para apoiar as vítimas de incêndio, e depois será paga uma quantia fica às crianças que perderam os pais, anunciou o presidente do parlamento, Nikos Voutsis.