Alberto João Jardim falava na apresentação do seu primeiro romance, intitulado "diz Não!", onde alertou para a instabilidade provocada pelas constantes greves em diversos setores, como transportes e saúde, e para os "problemas" na área da Justiça e da segurança que afetam atualmente o país.
"Há solução democrática para Portugal sem ser preciso o que normalmente nestas circunstâncias aparece, que são Bolsonaros à direita ou Maduros à esquerda", referiu, indicando que essa é a saída que propõe no romance, ou seja, uma nova Constituição e um novo regime para o país.
O livro, que foi apresentado no Museu da Imprensa, em Câmara de Lobos, zona oeste da Madeira, narra a história de cinco famílias madeirenses desde a época da revolução de 1974 até um tempo futuro, situado algures no final dos anos 2020, em que um movimento político nacional designado Frente Nova República (FNR) vence as eleições no arquipélago e, mais tarde, elege também um Presidente da República, que decide referendar a Constituição.
"diz Não!" é o slogan da FNR face ao situacionismo e a atual Constituição.
"É só ficção", assegurou Alberto João Jardim, adiantando que escreveu a pensar “no momento futuro”.
“Como se diz ali, primeiro, Portugal tem solução, segundo, pode dar para o torto se a Madeira entrar em esquemas de instabilidade”, acrescentou.
Este é o segundo livro do ex-presidente do Governo Regional da Madeira, depois de "Relatório de Combate", uma obra autobiográfica.
"Porquê um romance? Porque a gente chega a uma certa idade, já não tem tantas responsabilidades e tem de encontrar maneira de ocupar o tempo útil e fazer o que gosta. Eu gosto de escrever. Comecei a magicar e fiz um romance. E dá-me um gozo aos 75 anos fazer um romance", explicou.
LUSA