De megafone na mão, num comício com apoiantes, no sudoeste da capital, Guaidó não deu detalhes sobre a data da viagem, adiantando que as visitas aos mais de 20 estados federais da Venezuela serão anunciadas com apenas algumas horas de antecedência para evitar ficar "preso" nas estradas.
"Miraflores, Miraflores!", entoavam os seus apoiantes, em referência ao palácio presidencial, atualmente ocupado pelo socialista Nicolas Maduro.
"Após o final desta viagem (…) anunciaremos a data em que todos juntos caminharemos em Caracas", disse o líder da oposição.
Juan Guaidó repetiu ainda que está pronto para autorizar uma intervenção militar estrangeira: "Artigo 187, quando chega o momento", afirmou o presidente da Assembleia Nacional, referindo-se à Constituição que permite "missões militares venezuelanas no exterior ou estrangeiras ao país".
O protesto de hoje, que foi convocado para todo o país, faz parte da crescente pressão que a oposição venezuelana quer exercer contra o Governo de Maduro.
Também acontece numa altura em que a Venezuela enfrenta um corte de eletricidade que afeta vários bairros de Caracas e mais de metade do território venezuelano há 40 horas seguidas.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, já reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
LUSA