“Nesta primeira fase abrem, na região de Lisboa, o Pestana Cascais e, no Algarve, o Pestana Viking, Pestana Alvor South Beach e o Pestana D. João Villas. As Pousadas de Portugal retomam a atividade com as unidades de Viana do Castelo, Ria de Aveiro, Alcácer do Sal, Sagres, Valença e Bragança”, adianta o grupo em comunicado.
O Pestana Tróia Eco-Resort está já disponível, assim como os campos de golfe do grupo e, na Madeira, o Casino da Madeira está “pronto a reiniciar atividade em junho”, acrescenta.
Na sexta-feira, o presidente executivo do grupo Pestana tinha já anunciado a intenção de reabrir seis pousadas e quatro hotéis em junho, no que classificou como um “teste ao mercado nacional” após o encerramento de todas as unidades devido à pandemia de Covid-19.
Se passar neste primeiro teste, disse José Theotónio, o grupo poderá abrir mais 10 unidades em julho, em Portugal ou no estrangeiro.
No comunicado hoje divulgado, o grupo hoteleiro diz ter implementado, “em linha com as orientações das autoridades de saúde”, um protocolo interno de procedimentos que garante “as melhores condições de segurança e higiene a hóspedes e colaboradores”.
Segundo refere, algumas das medidas adotadas incluem a criação de circuitos de circulação, devidamente identificados, tendo em vista o distanciamento social; novas funcionalidades da ‘app’, permitindo menor contacto pessoal e a disponibilização de novos serviços; e a colocação de acrílicos de proteção nas receções.
Foram ainda reforçados os procedimentos e a frequência da limpeza e higienização, quer dos espaços de alta frequência e de acesso comum (piscinas, elevadores e outros), quer dos quartos (sem a presença dos hóspedes durante o período de ocupação), estando os colaboradores devidamente equipados com materiais de proteção individual (máscaras, viseiras, protetores de sapatos, luvas, álcool-gel).
Já aos hóspedes “são lembradas as recomendações de distanciamento social e etiqueta respiratória da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, sendo que os restaurantes das várias unidades irão funcionar por marcação, estando também disponíveis serviços de ‘take-away’ e ‘room service’.
Para famílias, grupos de amigos ou um evento especial, o grupo Pestana diz estar aberta “a possibilidade de alugar, em exclusivo, todo o espaço de uma Pousada de Portugal”, de forma a poder “usufruir de um castelo, palácio, mosteiro ou convento em privado e em maior segurança”.
Numa campanha de agradecimento aos profissionais de saúde que têm estado na linha da frente a combater a pandemia, o grupo oferece, até ao final deste ano, 50% de desconto na estadia, com pequeno-almoço incluído.
Na passada sexta-feira, durante o seminário ‘online’ "E agora? Turismo: a reinvenção de um setor", promovido pela Nova School of Business & Economics (Nova SBE), José Theotónio explicou que as unidades que reabrem no início de junho são de pequena dimensão, permitindo melhor respeitar a recomendação de distanciamento social.
Na ocasião, o empresário sublinhou que o mercado interno representa uma pequena parcela da atividade do grupo, pelo que a efetiva retoma da atividade vai depender dos mercados internacionais.
“Excetuando Espanha, sem transporte aéreo não há turismo em Portugal”, considerou, afirmando acreditar que a retoma da atividade vai ser muito gradual e que, para se atingirem os níveis no ano passado, serão precisos entre 18 a 24 meses, “nunca menos”.
“No melhor cenário que temos, em setembro estamos em cerca de 50% da nossa capacidade”, adiantou.
Na hotelaria, o seu principal negócio, o grupo Pestana opera com quatro marcas: Pestana Hotels & Resorts, Pestana Collection Hotels, Pestana Pousadas de Portugal e Pestana CR7 Lifestyle Hotels.
Presente em 15 países, tem mais de 12.000 quartos disponíveis na Europa, África e América e uma equipa global de 7.000 colaboradores, tendo fechado 2019 com um volume de negócios consolidado de 450 milhões de euros e um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) de cerca de 180 milhões de euros.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.231 pessoas das 29.209 confirmadas como infetadas, e há 6.430 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo Coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (quase 2,1 milhões contra 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (cerca de 125 mil contra mais de 166 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
C/Lusa