O Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) emitiu ontem um comunicado em que denuncia uma "rotura completa" no stock de medicamentos antirretrovirais na Madeira.
Segundo o GAT, desde o passado mês de novembro que a situação tem vindo a agravar-se, com a medicação dispensada avulso para períodos de apenas dez dias e, desde segunda-feira, 12 de dezembro, "não existe medicação para dispensar aos doentes seropositivos".
O Sesaram admitiu, em nota à imprensa, uma "diminuição dos stocks existentes de alguns medicamentos", nomeadamente do grupo dos antirretrovirais, pelo que os serviços farmacêuticos optaram pelo fracionamento das quantidades a todos os doentes, de modo a evitar a interrupção de terapêutica.
"Só com esta política, excecional e transitória, de gestão do stock do medicamento foi possível assegurar o fornecimento aos doentes", lê-se no comunicado oficial.
O Sesaram assegura, ainda, que até ao final desta semana está previsto a entrega de uma nova encomenda de medicamentos antirretrovirais, o que irá contribuir para uma "melhor resposta aos utentes que necessitam destes medicamentos".
O Grupo de Ativistas em Tratamentos lembra, no entanto, que idêntica promessa foi feita há cerca de um ano, quando o secretário regional da Saúde, João Faria Nunes, assumiu o compromisso de que "não voltariam a ocorrer faltas, interrupções, substituições e fracionamentos de embalagens de medicamentos antirretrovirais" durante o seu mandato.
"Porém, a situação agravou-se, passando a haver total ausência de stock", afirma o GAT, vincando que "nenhuma situação ao nível nacional é tão grave quanto aquela que é observada na Região Autónoma da Madeira".
O Sesaram salienta, por seu lado, que ao nível nacional as roturas hospitalares se situam na ordem dos 5%, ao passo que na região autónoma estão pelos 3%.
(Lusa)