“Os técnicos da EDP lamentam profundamente os transtornos causados por uma situação criada pela luta a que a empresa – que não os quer ouvir – os obriga”, referiu o sindicato, em comunicado, no qual “desde já, pedem desculpa pelas muitas outras situações que irão ainda ocorrer em consequência da atividade da Depressão Nelson”.
Os trabalhadores da EDP estão em greve ao trabalho extraordinário desde 01 de dezembro e vão concentrar-se, em Lisboa, no dia 10 de abril, junto à assembleia-geral de acionistas da empresa para mostrar o seu descontentamento ao grupo e reivindicar melhores condições de trabalho.
Na sexta-feira, a fábrica da Bosch, em Ovar, no distrito de Aveiro, ficou sem energia elétrica e o mesmo sucedeu com habitações e vários estabelecimentos.
“Os trabalhadores que integram as equipas de manutenção da EDP pedem aos consumidores afetados compreensão para com a sua luta – que mais não é do que um grito pela defesa dos seus direitos, pelo respeito que merecem e pela dignidade que lhes está a ser retirada”, lê-se no comunicado enviado hoje pelo Sindel.
Segundo o sindicato, as avarias mais graves, causadas pelo mau tempo, registaram-se em Vale Covo, Corte Pequena, Corte Besteiros, Malhada Santa Maria e Zimbral, no concelho de Tavira, enquanto a norte as interrupções sentem-se sobretudo na União das Freguesias de Oliveira de Azeméis, Santiago da Riba-Ul, Ul, Macinhata da Seixa e Madail, no concelho de Oliveira de Azeméis.
As reparações de avarias e reposições de abastecimento de energia em todo o país estão condicionadas, uma vez que, segundo o sindicato, não haverá reforço de equipas.
Contactada pela Lusa, a E-Redes (antiga EDP Distribuição) confirmou a greve e disse que, “nos últimos dias, as condições climatéricas adversas que têm afetado todo o território continental têm condicionado a operação, com algumas dificuldades operacionais pontuais a serem registadas”.
No entanto, garantiu, “a E-Redes tem mobilizado todos os meios disponíveis para minimizar esse impacto” junto dos clientes, “respeitando sempre a legislação em vigor”.
A empresa assegurou que a “operação está a ser gerida tendo em conta as restrições decorrentes da greve e assegurando os serviços mínimos que a legislação exige”.
Lusa