De acordo com Mário Matos, dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e das Regiões Autónomas, a paralisação está a afetar a recolha de resíduos, a produção de energia e o setor das águas nos cinco municípios abrangidos pela ARM no arquipélago (Porto Santo, Câmara de Lobos, Santana, Machico e Santa Cruz), estando “assegurados apenas os serviços mínimos”.
O representante referiu que estão “encerradas as instalações” do setor, pelo que está parada a laboração na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos da Meia Serra (Camacha) e na Estação de Transferência da Zona Leste e de Triagem (Porto Novo, Santa Cruz).
Esta greve começou às 00:00 de hoje e termina às 24:00 de terça-feira (dia 24), mencionou o dirigente sindical.
A ARM tem um quadro com mais de 700 trabalhadores que reivindicam aumentos salariais “indexados aos praticados no setor no território nacional”, apontou Mário Matos.
Também criticam a administração por ter rompido a negociação do Acordo de Empresa e acusaram-na, em plenário, de “má-fé”, exigindo igualmente a contratação de mais trabalhadores e melhores condições de segurança e saúde.
Num comunicado emitido no domingo, pronunciando-se sobre esta greve, a ARM escreveu que “para o ano de 2018, e aplicando as matérias remuneratórias constante do AE celebrado” com os sindicatos, “o impacto das melhorias remuneratórias na massa salarial da empresa representa um aumento de 3,8%, abrangendo 475 trabalhadores dos 745 trabalhadores”.
No mesmo documento, a empresa referiu que “permanece em negociações para alcançar um acordo”.
É também indicado que, “após 17 sessões de negociação, que tiveram início em 2016, e apesar de já se ter alcançado um entendimento sobre a generalidade das matérias, as reivindicações que obstaculizaram a celebração” do mesmo estão relacionadas com “a exigência por parte deste sindicato de aumentos adicionais no valor da remuneração mínima aplicável a determinadas categorias para além daqueles que a ARM já considerou na sua proposta”.
A ARM salienta que “já procedeu a um conjunto significativo de melhoria das condições de trabalho dos seus colaboradores, ao nível remuneratório, da redução do horário de trabalho, do aumento do número de dias de férias e do reforço da segurança e saúde no trabalho, continuando, como sempre esteve, empenhada num percurso de melhoria contínua e de valorização dos seus trabalhadores”.
A empresa indicou que já procedeu à diminuição do período normal de trabalho, concedeu 25 dias úteis de férias a todos os trabalhadores em dependência de qualquer condição e concretizou aumentos salariais relativos à Remuneração Mensal Mínima (RMM) para várias categorias.
Outros dos direitos incluídos são o aumento do subsídio de prevenção e de turno, a definição de um salário mínimo na empresa superior ao salário mínimo regional e a extensão do subsídio de insularidade a todos os trabalhadores da empresa no ano de 2017, embora não seja legalmente exigido para o setor privado.
“A ARM sempre afirmou e continua a expressar o seu firme compromisso na manutenção de um diálogo construtivo com as associações representativas dos trabalhadores, que garanta, por um lado, os direitos e as legítimas expetativas dos seus trabalhadores e, por outro, o contínuo aprofundamento da empresa na prossecução da sua relevante missão de interesse público”, afirmou a empresa.
LUSA