Em declarações à Lusa, Elisabete Gonçalves, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais disse que “existem turnos diferentes. Alguns começam às oito, outros começam à meia-noite, e nós temos estado a fazer o balanço das várias entradas de turno, e neste momento temos uma adesão à greve na ordem dos 95%”.
No entanto, indicou, no caso dos aeroportos, “que é a observação aeronáutica, de norte e sul do país estão praticamente todos, a 100%” em greve, destacou.
“Esta greve, ao nível dos aeroportos, tem a ver essencialmente com a informação meteorológica que é dada para os aeroportos”, indicou.
“Os trabalhadores estão em greve, não houve marcação de serviços mínimos, mas os trabalhadores do IPMA dentro desta área sabem o trabalho que exercem, têm responsabilidades e estão a assegurar nos seus postos de trabalho as situações de urgência e de calamidade que possam vir a surgir”, assegurou.
Segundo Elisabete Gonçalves, “neste momento, os trabalhadores que estão abrangidos por esta greve são cerca de 120, porque é muito localizada, as reivindicações são específicas para estes trabalhadores, não é uma greve que abrange todo o IPMA”, explicou.
A Lusa contactou o IPMA e espera resposta, mas na página Internet da entidade as tradicionais previsões descritivas só foram realizadas para os Açores. No Continente e Madeira, lê-se “sem informação devido a greve”.
Os meteorologistas dizem ainda que “no cumprimento da Missão em Serviço Público do IPMA, a vigilância meteorológica não será interrompida. A informação para salvaguarda de vidas e bens será disponibilizada”.
Elisabete Gonçalves explicou que as reivindicações destes trabalhadores por turnos passam pelo “pagamento de trabalho normal em dia feriado”, pela “criação da carreira de observador geofísico e meteorológico”, pela “regulamentação do trabalho por turnos, que também não existe” e pela “questão do recrutamento de mais trabalhadores para esta atividade”.
Segundo a dirigente sindical, a Federação reuniu-se com os secretários de Estado do Mar e das Pescas em junho, tendo ficado combinada “uma nova reunião no princípio de julho”, que acabou por não se realizar. “Colocámos a situação aos trabalhadores e decidiram avançar para uma ação de luta como a greve”, disse Elisabete Gonçalves.
De acordo com a responsável, o Governo agendou, entretanto, uma reunião para quarta-feira, para debate das propostas “que o Governo tem para a resolução desta situação”.
Lusa