"Estes números representam, no caso dos enfermeiros da Madeira, um sinal de que tanto o governo regional como o governo da República devem ter em conta que é necessário e urgente olhar para os enfermeiros de outra forma, no sentido de resolverem os problemas e cumprirem os compromissos assumidos", disse esta tarde o presidente do sindicato na região autónoma.
Juan Carvalho indicou, por exemplo, o descongelamento de carreiras, a revisão da carreira de enfermagem e da grelha salarial e o suplemento remuneratório e sublinhou que as expectativas apontam para uma adesão à greve entre os 70% e os 75% na sexta-feira, o segundo dia de paralisação, num total de 1.650 enfermeiros afetos ao serviço público na região autónoma.
Os dados do sindicato não diferem muito dos indicados pelo Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM), que, no entanto, os apresenta separados: 62% nos hospitais e 46% nos centros de saúde.
A agência Lusa constatou, numa passagem pelo Hospital Central do Funchal e pelo Centro de Saúde de Santo António, a freguesia mais populosa da capital madeirense, um ambiente de normalidade e sem queixas por parte dos utentes, quer no turno da manhã quer no da tarde.
O SESARAM admitiu, no entanto, um "impacto significativo" ao nível dos centros de saúde nas consultas, tratamentos e visitas domiciliárias.
"Do lado dos cuidados hospitalares, tivemos algum impacto no número das cirurgias programadas, mas em contrapartida a consulta externa não está com qualquer impacto e o banco de sangue também não está comprometido", afirmou o vogal do SESARAM Pedro Gouveia.
Os enfermeiros iniciaram às 08:00 de hoje uma greve de dois dias pela "valorização e dignificação" da profissão e que ficou agendada apesar da marcação de um calendário de negociações com o Governo sobre as suas 15 reivindicações.
A greve, marcada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), começou no turno da manhã e termina às 24:00 de sexta-feira.
LUSA