"Vinte pessoas que não obedeceram às ordens policiais foram presas", declarou a polícia norueguesa num comunicado após pôr fim à ação da Greenpeace, de acordo com a agência France-Presse (AFP).
Fretado pelo grupo petrolífero russo Novatek, o Ust Luga, matriculado em Hong Kong, transporta 95 mil toneladas de querosene com destino ao terminal da Esso em Åsgårdstrand, no sudeste da Noruega, tinha indicado a Greenpeace no comunicado.
O petroleiro era originário da cidade russa que lhe dá o nome, situada perto de São Petersburgo, de acordo com o ‘site’ Marine Traffic.
Vinte militantes da Greenpeace a bordo de uma lancha acorrentaram-se às suas correntes, ao passo que outros, em caiaques, desfraldaram cartazes dizendo "Oil fuels war" ("O petróleo alimenta a guerra", em português), segundo a organização não-governamental.
Alguns militantes foram intercetados pela polícia antes de participar na ação, segundo a AFP.
"Estou chocado que a Noruega se comporte como um porto para o petróleo russo, quando sabemos que financia a guerra de [Vladimir] Putin", o Presidente russo, disse hoje o chefe da Greenpeace Noruega, Frode Pleym, citado no comunicado.
De acordo com uma porta-voz da Esso Noruega, o carregamento em questão não está abrangido pelas sanções ocidentais tomadas contra a Rússia, ligadas à invasão da Ucrânia.
"A encomenda foi feita antes da invasão da Ucrânia pela Rússia", disse a porta-voz, Anne Fougner, ao jornal Dagbladet, acrescentando que a Esso Noruega "não tem mais contratos de compra provenientes da Rússia".
Mesmo não sendo Estado-membro da União Europeia (UE), a Noruega aplicou, a partir de 18 de março, quase a totalidade das sanções decretadas pelos 27 a Moscovo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).