Apesar da recuperação verificada no ano passado, a agência das Nações Unidas recomendou em junho que o maior sistema de recifes do mundo fosse colocado na lista de espécies ameaçadas por causa dos danos aos corais causados em grande parte pela mudança climática e, por isso, irá tomar uma decisão a esse respeito por volta de dia 23 de julho, quarta-feira.
O Instituto Australiano de Ciência Marinha (AIMS) afirmou que os corais estão atualmente numa "janela de recuperação" depois de uma década de stresse térmico e ciclones.
Os cientistas pesquisaram 127 locais de recife em 2021 e descobriram que a cobertura de corais duros aumentou em 69 dos 81 locais pesquisados nos últimos dois anos, divulgou hoje a AIMS no seu relatório anual.
Britta Schaffelke, diretora do programa de pesquisa da AIMS, disse à AFP que as últimas descobertas fornecem "um vislumbre de esperança” de que o recife “ainda tenha resiliência".
Contudo, acrescentou que "as perspetivas para o futuro ainda são muito más devido aos perigos da mudança climática e outros fatores que afetam os organismos que compõem o recife".
A Austrália tem vindo a resistir aos apelos para se comprometer com uma meta de emissões líquidas zero até 2050, com o primeiro-ministro, Scott Morrison, a dizer que o país espera alcançar a neutralidade em carbono "o mais rápido possível" sem prejudicar sua economia.
Além de seu valor natural, o recife valia cerca de 4,8 mil milhões de dólares por ano em receitas de turismo para a economia australiana antes da pandemia do coronavírus.
Canberra tem tentado sensibilizar os especialistas para evitar que a Grande Barreira de Corais seja considerada ameaçada. O ministro do meio ambiente australiano foi a Paris, recentemente, para se encontrar com autoridades da UNESCO e para os embaixadores numa viagem aos recifes.